Efeito estufa é uma condição natural. Os raios solares atravessam a atmosfera e rebatem sobre a superfície da Terra, mas parte do calor fica preso pela camada de gases que paira sobre o planeta. Sem esse efeito, a Terra seria gelada, sem condições de manter os seres vivos tal qual os conhecemos. Dessa forma, a temperatura do planeta tem se mantido relativamente constante durante milênios. Contudo, verifica-se um aumento sem precedentes dos gases da atmosfera nas últimas décadas, especialmente do gás carbônico (CO2), fazendo com que mais calor seja retido. Há divergências nas opiniões de pesquisadores sobre as causas, alguns atribuindo a um ciclo natural milenar do planeta, outros à ação humana. Seja como for, é fato que toneladas desses gases são lançados anualmente devido a queimadas, à utilização usinas termelétricas, de motores a combustão e outros. Em conseqüência, vem ocorrendo um aumento gradativo da temperatura média do planeta, o chamado aquecimento global. Esse aumento de temperatura tem sido associado a mudanças climáticas, aumento da freqüência e intensidade de furacões, ondas intensas, incêndios, degelo, secas e elevação do nível de oceanos.
Desenvolvimento sustentável
"É o processo político, participativo que integra a sustentabilidade econômica, ambiental, espacial, social e cultural, sejam elas coletivas ou individuais, tendo em vista o alcance e a manutenção da qualidade de vida, seja nos momentos de disponibilização de recursos, seja nos períodos de escassez, tendo como perspectivas a cooperação e a solidariedade entre os povos e as gerações" (SILVA, 2006, 132).
"... um processo de transformação que ocorre de forma harmoniosa nas dimensões espacial, social, ambiental, cultural e econômica a partir do individual para o global." (SILVA, 2006, 18).
Ecologia
É o termo criado por Hernst Haekel (1834-1919) em 1869, ..., para designar "o estudo das relações de um organismo com seu ambiente inorgânico ou orgânico, em particular, o estudo das relações do tipo positivo ou amistoso e do tipo negativo (inimigos) com as plantas e animais com que convive".
Educação ambiental
É processo de formação e informação social orientado para: (a) desenvolvimento de consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo como crítica a capacidade de captar a gênese e a evolução dos problemas ambientais, tanto em relação aos seus aspectos biofísicos quanto sociais, políticos, econômicos e culturais, (b) o desenvolvimento de habilidades e instrumentos tecnológicos necessários à solução dos problemas ambientais, © o desenvolvimento de atitudes que levem à participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental (Proposta de Resolução Conama n.º 02/85).
Protocolo de Kyoto
É um tratado internacional entre países desenvolvidos que se comprometeram a emitir, entre 2008 e 2012, 5,2% menos gases causadores do aquecimento global em relação aos níveis constatados em 1990. Para alcançar essa meta, os países industrializados podem adquirir cotas de redução atingidas nos países em desenvolvimento.
Textos e Matérias da Moda Sustentável
Sua roupa agride a natureza? Tecidos orgânicos, corantes inofensivos e técnicas que protegem o meio ambiente começam a emplacar na linha de produção Por Cristiane Ballerini Revista Claudia - 04/2008 As marcas líderes de roupas ecológicas tiveram um crescimento de 70% nas vendas em 2006. Esse é o resultado de uma pesquisa feita no Reino Unido e divulgada pelo jornal Daily Telegraph. O que nós temos com isso? Muito. A indústria têxtil está entre as quatro que mais consomem recursos naturais, como água e combustíveis fósseis, de acordo com o Environmental Protection Agency, órgão americano que monitora a emissão de poluentes no mundo. Somente a cultura de algodão é responsável por cerca de 30% da utilização de pesticidas na Terra, contaminando o solo e os rios. Ou seja, a busca por matérias-primas alternativas e renováveis é hoje um dos principais desafios do setor. E está mais do que na hora de o Brasil - e nós, consumidoras brasileiras - entrar para valer nessa moda verde. O bom é que já tem gente daqui fazendo bonito.
A grife brasileira Osklen, do Rio de Janeiro, desde sua criação, em 1989, experimenta novos usos para materiais já conhecidos. No momento, a marca desenvolve uma sandália de dedo feita de PVC reciclado e também uma sacola de juta que levará dois anos para se degradar no meio ambiente - tremenda conquista, se comparada aos 100 anos necessários, no mínimo, para a degradação natural de uma sacola plástica. “Tem gente que já chega às nossas lojas perguntando pelos produtos ecológicos”, conta Nina Braga, diretora do Institutoe, vinculado à grife. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos idealizada pelo estilista Oskar Metsavaht, criador da marca, que mapeia matérias-primas de origem sustentável no país. “Nosso objetivo é oferecer informação para que outras marcas possam trabalhar com materiais que respeitam a biodiversidade, como tecidos orgânicos, artesanato produzido por cooperativas e reciclados”, esclarece Nina. Metsavaht também apoiou um projeto para monitorar baleias por satélite desenvolvido pela Universidade Federal de Juiz de Fora, em 2005, e a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, em 2006. Além dele, estilistas como Gloria Coelho, Lino Villaventura e Fause Haten já criaram peças com materiais sustentáveis: sim, é possível preservar a natureza com elegância. IMPACTO NO BOLSO Por enquanto, é preciso mais do que consciência ambiental para optar pela moda ecológica. Devido à escala de produção pequena e à oferta inconstante de matéria-prima, boa parte desses produtos é cara. Uma camiseta de algodão feita de tecido orgânico, por exemplo, custa três vezes mais do que uma produzida pelos métodos tradicionais. Mas algumas iniciativas começam a mudar esse panorama. Desde o ano passado, parceria entre Hanesbrands, dona da marca Zorba no Brasil, a rede varejista Wal-Mart e a Embrapa permite a fabricação de roupas sustentáveis a preços populares. São camisetas, calcinhas, cuecas e bodies para bebês confeccionados com algodão cru ou orgânico, além de outras fibras, como o bambu. “O Brasil ainda não tem auto-suficiência em produção de algodão orgânico”, explica Adriana Ramalho, diretora de desenvolvimento do Wal-Mart. “Por isso, buscamos fibras alternativas. A estratégia é colaborar com a produção e o desenvolvimento de novas tecnologias e manter o preço acessível para ganhar em escala. Assim, tentamos romper com o padrão de que a roupa ecologicamente correta precisa custar mais.” Com o crescente interesse do público - a cueca de fibra de bambu vendeu 20% acima da expectativa -, a empresa promete novidades com outras fibras em estudo, como o milho e a soja. “É uma tendência ligada à democratização da moda e à consciência ambiental. A camiseta mais vendida da linha é a que traz o símbolo da reciclagem. Isso mostra que as pessoas querem ser vistas como antenadas, já que ser sustentável está na moda”, diz Milena Rossi, coordenadora de estilo do Wal-Mart. No caso do bambu, que também substitui o algodão em 26 modelos da coleção da marca carioca Redley, as vantagens ambientais são evidentes: uma plantação de pinus leva sete anos para produzir 3 mil árvores; já o bambu precisa de três anos para produzir 10 mil árvores no mesmo espaço, ainda dispensa o uso de pesticidas, não causa erosão e só requer água para crescer. Mas os especialistas alertam: nem sempre as roupas feitas de fibras alternativas podem ser consideradas “produtos sustentáveis”. Se o cultivo implicar a derrubada de florestas, envolver mão-de-obra infantil, exploração de trabalhadores rurais ou exigir muito combustível no transporte, os danos ambientais e sociais anulam os benefícios. Por isso, informação é fundamental para quem quer comprar produtos ecológicos
REVISTA ÉPOCA - Guarda Roupa Sustentável
O aquecimento global está na moda. O mais recente desafio dos ateliês de grandes estilistas é transformar as coleções de verão passageiras em peças ecologicamente corretas – de preferência recicladas e que tenham consumido poucos recursos da natureza. “As pessoas querem se vestir sem agredir o planeta”, diz o estilista Oscar Metsavaht, da marca Osklen. Na última edição da São Paulo Fashion Week, ele apresentou sua coleção feita de algodão orgânico, sem uso de agrotóxicos. Segue os passos do estilista italiano Giorgio Armani. Em outubro, em um desfile em Milão, Armani havia lançado sua coleção de jeans com fibras orgânicas.
A indústria têxtil está entre as quatro que mais consomem recursos naturais, de acordo com a Environmental Protection Agency, órgão americano que monitora a emissão de poluentes no mundo. Mas a recente preocupação dos estilistas com materiais ecologicamente corretos não veio naturalmente. A indústria só tem buscado novos caminhos porque os consumidores começaram a preferir a moda que não agride o planeta. Algumas grifes aboliram fibras vegetais cultivadas com produtos químicos. Outras aos poucos estão expandindo a moda verde para toda a confecção. É o caso das americanas Levi’s, Gap e Nike e da britânica Marks & Spencer. Em Milão, o Istituto Europeo di Design, uma rede internacional de escolas de artes, criou saias com peças de aço, vestidos de fios elétricos e calças com metal de bicicleta, tudo feito a partir de objetos que seriam jogados no lixo. “Iniciativas como essas ajudam a conscientizar os consumidores”, diz Ana Candida Zanesco, diretora do Instituto Ecotece, uma organização que monitora a moda verde.
A moda verde de hoje não é hippie como a que despontou no início dos anos 80. “Antes, os consumidores de moda ecológica eram jovens que gostavam de passar férias em navios do Greenpeace”, disse Armani. As peças de hoje atingem diversas tribos. Há roupas chiques, casuais, peças exóticas, mas a maioria é parecida com as que já se vêem nas prateleiras. Os consumidores podem confundir uma bolsa de lona de caminhão com uma de tecido sintético. Na vitrine, com o mesmo tingimento, as duas parecem feitas do mesmo material.
No Brasil, a moda ecológica começa a despontar. A marca catarinense Nara Guichon aproveita em suas bolsas redes de pesca que seriam descartadas. A estilista carioca Rubia Calazans usou rolos de filmes descartados para criar suas bolsas e a Track & Field usou garrafas plásticas e fibras de bambu em sua nova coleção esportiva. Nem sempre o uso de materiais naturais é sinônimo de moda ecologicamente correta. A fibra de bambu, produzida apenas na China, gera polêmica entre os ambientalistas. Seu transporte queima combustíveis fósseis, que emitem gases do efeito estufa. Mas ela faz sucesso nas passarelas e entre os consumidores. Para a indústria, isso basta.
Maior desafio está em provar que se trata de uma necessidade para o futuro. Quem foi ao São Paulo Fashion Week (SPFW) viu. Quem não foi, ficou sabendo pelos jornais, revistas e TVs que a indústria brasileira da moda não fica devendo nada a nenhum outro importante segmento econômico do País quando o assunto é sustentabilidade. Inspirado na idéia do desenvolvimento sustentável, o mais importante evento de moda do País, encerrado ontem, revelou que esse setor começa a incluir o conceito em todos os elos de sua cadeia produtiva. A despeito das bandeiras empunhadas em defesa do uso de energias renováveis e da redução de emissão de gás carbônico, chamou mesmo a atenção a parceria firmada entre o SPFW e o Instituto “e”, uma organização do terceiro setor recém-criada cujo objetivo é pesquisar e disseminar alternativas social e ambientalmente responsáveis, sobretudo para a cadeia de produção de tecidos.
O diretor do instituto, Luís Justo, comemora a inédita parceria, que considera um “megafone” para a causa da sustentabilidade. “O próprio SPFW acredita na força do tema e no fato de que estamos em um momento de transformação. Por isso, escolhemos utilizar a moda. Embora não seja um setor tradicionalmente muito preocupado com o tema, ele sempre teve um papel importante na mudança de comportamento e na sensibilização dos jovens e dos formadores de opinião”, explica.
Para Justo, o movimento não tem nada de ativismo. Ele tem a finalidade de influenciar os stakeholders da indústria da moda para fortalecer as ações que façam dela um negócio economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. Por esse motivo, desde sua criação, o Instituto “e” vem promovendo parcerias e estreitando laços com os principais agentes do setor, como, por exemplo, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e a Associação Brasileira de Estilistas (Abest). Prova de que nasceu de braços dados com o mercado, ele foi fundado e é presidido pelo estilista e diretor de criação da marca Osklen, Oskar Metsavaht, um entusiasta do potencial de mercado dos materiais ecologicamente sustentáveis que usa sua rede de lojas como vitrine. “A aceitação tem sido enorme. São os produtos que mais fazem sucesso”, garante Justo.
De acordo com Metsavaht, o mercado brasileiro precisa de estímulo para atingir um estágio mais aprofundado de compromisso com a sustentabilidade. E o SPFW ajuda na medida em que dispõe de credibilidade e influencia mudanças. “Conhecendo meu trabalho e percebendo a experiência que eu já tinha com o instituto, construímos juntos o conceito de sustentabilidade do SPFW”, afirma. A entidade convidou 11 estilistas, entre eles o próprio Metsavaht, para criar modelos usando alguns tecidos desenvolvidos pelo instituto. As roupas ficaram expostas nos corredores da Bienal, com explicações sobre o processo de fabricação dos tecidos.
Além de pesquisar alternativas para a produção têxtil, o Instituto e trabalha principalmente junto aos fornecedores e às indústrias, apresentando maneiras para transformar o processo produtivo de modo que resulte no menor impacto possível para o meio ambiente. Na outra ponta da cadeia, com o objetivo de gerar demanda e conscientização, a instituição criou o selo e-fabrics, que acaba de ser lançado para garantir ao consumidor que determinadas roupas atendem a critérios de sustentabilidade, tanto sociais quanto ecológicos. “É um selo de credibilidade para a sociedade. Não é certificador, mas um label para que as pessoas compreendam. Temos de saber o que está por trás do que estamos comprando. Se existe um produto que sabemos que destrói a natureza, não podemos comprá-lo, por mais que seja desejável”, explica Metsavaht.
A maior aposta do Instituto “e” está relacionada ao potencial de mercado dos tecidos especiais. Até agora, destaca Justo, eles vêm se mostrando promissores tanto em relação ao material usado na confecção da Osklen quanto nas parcerias feitas com indústrias do setor. Justo explica o otimismo. “É uma tendência, uma necessidade do planeta fazer essa transformação. Já existem países que exigem produtos certificados nas importações. Tenho certeza de que há mercado tanto no Brasil quanto, principalmente, no exterior”, defende. Para o executivo, as empresas têxteis estão cada dia mais sensíveis para a importância de tornar seus negócios sustentáveis, e por isso, no futuro, a falta do componente de sustentabilidade poderá ser um fator limitante para a expansão em mercados crescentemente competitivos. “Esse movimento não vai acontecer do dia para a noite, mas o nosso papel é justamente impactar o mercado com essa nova visão de negócio”, diz o executivo.
Na prática, segundo Justo, os tecidos desenvolvidos pela organização podem ou não ser mais caros do que os convencionais, dependendo da forma como são produzidos. A economia de energia e de recursos, por exemplo, é um fator que reduz o custo produtivo. Por outro lado, a produção em pequena escala, atendendo a um público seleto, encarece a roupa. Com o interesse crescente do mercado e do consumidor, Justo prevê, no entanto, o gradativo aumento da produção e, por conseqüência, a queda dos preços. Ainda assim, acredita que existam compradores disposto a pagar o preço inicial mais alto decorrente do valor socialmente responsável. “Mesmo que tenha um custo maior, o valor agregado é percebido pelo consumidor final, por ser um produto que respeita certos critérios. Este é, portanto, um bom negócio”, assegura.
Para Metsavaht, há, no momento, uma convergência de esforços e experiências para criar algo novo e consistente no mercado da moda. “Acho que a preocupação sustentável é a grande tendência da moda. Tudo está por se fazer. Nem as marcas nem os próprios projetos sustentáveis, as indústrias ou a sociedade estão devidamente preparados para o tema. Mas existe a tendência. E o consumidor demonstra vontade de aprender e valorizar a sustentabilidade”, explica.
O próximo passo na consolidação do Instituto “e” é, segundo Justo, refinar os critérios de sustentabilidade dos tecidos, com o apoio de organizações especializadas como o WWF e os institutos Socioambiental e Akatu. O maior desafio, acredita, está em provar para o mercado que os novos tecidos são, “mais do que uma alternativa, uma necessidade para o futuro”. Desenvolvimento sustentável está na moda. E Metsavaht, como estilista, faz sua previsão pessoal sobre as tendências da próxima estação. “Não vai poder faltar uma peça de desenvolvimento sustentável no guarda-roupa. Isso é uma forma de sermos ativistas e transformadores. Mas o que não pode ter são roupas de fábricas que despejam dejetos químicos nos solos e nos rios”, sentencia.
Vogue - Agosto.2007
A Vogue de agosto apresentou o tema da moda&sustentabilidade. Grifes de luxo apresentam acessórios, bolsas, que não danificam tanto o meio ambiente como as então usadas “plastic bags”. A sugestão aqui: abandone as bolsas “matadoras”, substituindo por essas, além de esbanjarem muito ainda contribuem para a causa da sustentabilidade.
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