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11 de janeiro de 2011

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Dinâmicas para o 1º Dia de Aula



Para o primeiro dia de aula é interessante termos algumas Dinâmicas para o entrosamento dos alunos e para um acolhimento mais gostoso.
 Deixo aqui algumas sugestõesl:



ALGUMAS SUGESTÕES DE ATIVIDADE PARA O PRIMEIRO DIA DE AULA

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ÁRVORE DOS SONHOS
imagem Web

 
Representar uma árvore no papel pardo ou cartolina; afixá-la no painel ou parede. Em cima da árvore, escrever uma pergunta relacionada com o assunto (pode ser sobre questões ambientais, regras de convivência, o ambiente escolar etc) que será tratado durante o bimestre, trimestre... Ex.: Como gostaríamos que fosse...?


Cada criança receberá uma "folha da árvore" para escrever seu sonho, o sonho é o que a criança espera que "aconteça de melhor" para o assunto em questão. Depois, pedir para cada criança colocar sua folha na árvore dos sonhos.
Obs: Esta atividade poderá ser retomada durante o período que for trabalhado o assunto, ou ao final do período para que haja uma reflexão sobre o que eles queriam e o que conseguiram alcançar.


DA CONFUSÃO À ORDEM

Estas atividades são ideais para que a criança perceba a necessidade da organização para o bom desempenho das atividades. O professor pode, a partir da fala das crianças, levantar algumas regras para a organização em sala de aula.

Pedir para que as crianças, todas ao mesmo tempo, cantarem uma música para o seu companheiro do lado (esta atividade gerará um caos); depois pedir a um aluno que cante a música dela para a classe. As crianças perceberão como o caos é desagradável e como a ordem tem um sentido. O professor poderá levantar com as crianças outras situações vividas onde a organização é essencial.


O LAGO DE LEITE




(Despertar no aluno o prazer do trabalho em conjunto e a importância da ação individual na contribuição com o todo.

O professor poderá falar um pouco sobre o trabalho na série, para que as crianças entendam a importância do envolvimento de todos para a realização do mesmo).
Em um certo lugar no Oriente, um rei resolveu criar um lago diferente para as pessoas do seu povoado. Ele quis criar um lago de leite, então pediu para que cada um dos residentes do local levassem apenas 1 copo de leite; com a cooperação de todos, o lago seria preenchido. O rei muito entusiasmado esperou até a manhã seguinte para ver o seu lago de leite. Mas, tal foi sua surpresa no outro dia, quando viu o lago cheio de água e não de leite. Em seguida, o rei consultou o seu conselheiro que o informou que as pessoas do povoado tiveram o mesmo pensamento: "No meio de tantos copos de leite se só o meu for de água ninguém vai notar..."
Questionar com as crianças: Que valor faltou para que a idéia do rei se completasse?
Após a discussão, seria interessante que os alunos construíssem algo juntos, como por exemplo: o painel da sala. A sala pode ser decorada com im recorte que, depois de picotado, forma várias pessoas de mãos dadas, como uma corrente.

 
 
Outras:
 
Para crianças menores:
 
tBrincando com o barbante Grupo: alunos de pré-escola à 4a série. Objetivos: a dinâmica é uma ótima oportunidade para você observar melhor o comportamento da turma. Tempo: 1 aula Local: A brincadeira pode acontecer na classe ou no pátio, dependendo do tamanho da turma. Material: bastam um rolo de barbante e uma tesoura sem ponta para começar a brincadeira. Desenvolvimento: Forme com os alunos uma grande roda e, em seguida, cada criança mede três palmos do cordão, corta para si e passa o rolo adiante. Sugira que cada um brinque com o seu pedacinho de barbante.


Balançando o cordão no ar ou formando uma bolinha com ele, por exemplo, as crianças podem perceber sua textura, flexibilidade e versatilidade. Depois, toda a turma, incluindo o professor, cria no chão um desenho com o seu pedaço de barbante.

Prontas as obras, o grupo analisa figura por figura. Comentários e interpretações são muito bem-vindos.
Após percorrer toda a exposição, cada um desfaz o seu desenho e amarra, ponta com ponta, seu barbante ao dos vizinhos.
Abaixados ao redor desse grande círculo feito de cordão, as crianças devem criar uma única figura.
 
Proponha que refaçam juntos, alguns dos desenhos feitos individualmente. No final, em círculo, a turma conversa sobre o que cada um sentiu no decorrer da brincadeira.

Enquanto as crianças escolhem juntas qual o desenho irão fazer e colocam a idéia em prática, o professor aproveitará para observá-las. Nessa fase da brincadeira surgem muitas idéias e cada aluno quer falar mais alto que o colega.

Alguns buscam argumentos para as suas sugestões, outros ficam chateados, debocham da situação, ameaçam abandonar a roda e, às vezes, cumprem a palavra.

O professor deve ficar atento ao comportamento da turma durante esses momentos de tensão. Eles serão produtivos se você abandonar sua posição de coordenador e deixar o grupo resolver seus impasses, ainda que a solução encontrada não seja, na sua opinião, a melhor.


Conclusão: Por meio desse jogo, os alunos tomam consciência de seu potencial criativo e se familiarizam com as atividades em equipe. É muito interessante repetir a brincadeira com a mesma classe semanas depois. É hora de comparar os processos de criação com o barbante, avaliando a evolução do grupo diante de um trabalho coletivo.

 O MESTRE MANDOU
 
Objetivos: Os alunos farão comparações cada vez mais rápidas quando estiverem pensando na peça que se encaixe em todas as condições dos atributos ditados pela professora.


Preparação: Material: Uma caixa de Blocos Lógicos, composto por quarenta e oito blocos geométricos, composto de quatro tipos de “figuras”: círculo, triângulo, quadrado

e retângulo; que variam em três cores: azul, vermelho e amarelo; em dois tamanhos: pequeno e grande; e em duas espessuras: fina e grossa.
 
Desenrolar: Os alunos deverão encontrar a peça que obedeça à seqüência de comandos estabelecida pela professora. A seqüência poderá ser iniciada com os atributos: círculo, azul e grosso. Os alunos escolherão a peça correspondente. O comando seguinte é mudar para a cor vermelha. Eles selecionarão um círculo grosso e vermelho. Em seguida, devem mudar para a espessura fina. Então, um círculo vermelho e fino deverá ser selecionado.


A professora poderá continuar acrescentando comandos ou apresentar uma seqüência pronta. Faça depois o processo inverso. Os alunos serão apresentados a uma nova seqüência de comandos, já com a última peça. Eles deverão reverter os comandos para chegar à peça de partida.
 
Conclusão: A atividade é essencial para o entendimento das operações aritméticas, principalmente a adição como inverso da subtração e a multiplicação como inverso da divisão.


Dança da laranja: Formam-se alguns casais para a dança. Uma laranja é colocada entre as testas de cada par. Os casais devem dançar, sem tocar na laranja com as mãos. Se a laranja cair no chão, o casal é desclassificado. A música prossegue até que fique só um casal.


Dança das cadeiras: Forma-se um círculo com tantas cadeiras quantos forem os participantes menos uma. Os assentos ficam voltados para fora. Coloca-se música e todos dançam em volta das cadeiras. Quando a música parar, cada um deve sentar numa cadeira. Um participante vai sobrar e sair da brincadeira. Tira-se uma cadeira e a dança recomeça.

Vence quem conseguir sentar-se na última cadeira.

18 de maio de 2010

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Tendências Pedagógicas - Etapa 1

Quadro comparativo entre as diferentes Tendências Pedagógicas e suas características.

Click no link abaixo.

Tendências Pedagógicas - Etapa 1

Boa leitura!

1 de maio de 2010

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Como estimular o raciocínio lógico infantil

Dentre os teóricos que contribuíram para o jogo se tornar uma proposta metodológica - com base científica - para a educação matemática, destaca as contribuições de Piaget e Vygostsky. Mesmo com algumas divergências teóricas, estes autores defendem a participação ativa do aluno no processo de aprendizagem. A principal questão é a que separa os enfoques cognitivos atuais entre o desenvolvimento e a concepção de aprendizagem. Segundo Piaget, a atividade direta do aluno sobre os objetos do conhecimento é o que ocasiona aprendizagem - ação do sujeito mediante o equilíbrio das estruturas cognitivas, o que sustenta a aprendizagem é o desenvolvimento cognitivo.
A aprendizagem está subordinada ao desenvolvimento. Nesta concepção de aprendizagem "... o jogo é elemento do ensino apenas como possibilitador de colocar o pensamento do sujeito como ação. O jogo é o elemento externo que irá atuar internamente no sujeito, possibilitando-o a chegar a uma nova estrutura de pensamento" (Moura, 1994, p. 20). Dependendo do papel que o jogo exerce na construção dos conceitos matemáticos, seja como material de ensino, seja como o de conhecimento feito ou se fazendo, tem as polêmicas teóricas entre os autores. Na concepção Piagetiana, o jogo assume a característica de promotor da aprendizagem da criança. Ao ser colocado diante de situações de brincadeira, a criança compreende a estrutura lógica do jogo e, conseqüentemente, a estrutura matemática presente neste jogo.
A operacionalização e análise destas idéias podem ser feitas em Kami & Declark (1994, p. 169). Segundo essas autoras, os "jogos em grupo fornecem caminhos para um jogo estruturado no qual eles [os alunos] são intrinsecamente motivados a pensar e a lembrar as combinações numéricas. Jogos em grupo permitem também que as crianças decidam qual jogo elas querem jogar, quando e com quem. Finalmente, esses jogos incentivam interação social e competição". Para Vygotsky, o jogo é visto como um conhecimento feito ou se fazendo, que se encontra impregnado do conteúdo cultural que emana da própria atividade. Seu uso requer um planejamento que permite a aprendizagem dos elementos sociais em que está inserido (conceitos matemáticos e culturais).
O jogo desempenha um papel importantíssimo na Educação Matemática. "Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente, a função pedagógica subsidia o desenvolvimento integral da criança" (Kishimoto, 1994, p. 22). Através do jogo, temos a possibilidade de abrir espaço para a presença do lúdico na escola, não só como sinônimo de recreação e entretenimento. Muito mais do que um simples material instrucional, ele permite o desenvolvimento da criatividade, da iniciativa e da intuição. Enfim, do prazer, elemento indispensável para que ocorra aprendizagem significativa. Ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Nós como educadores matemáticos, devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e o senso cooperativo, desenvolvendo a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas. Os jogos, se convenientemente planejados, são um recurso pedagógico eficaz para a construção do conhecimento matemático.
Referimo-nos àqueles que implicam conhecimentos matemáticos. Vygotsky afirmava que através do brinquedo a criança aprende a agir numa esfera cognitivista, sendo livre para determinar suas próprias ações. Segundo ele, o brinquedo estimula a curiosidade e a autoconfiança, proporcionando desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção. O uso de jogos e curiosidades no ensino da Matemática tem o objetivo de fazer com que os adolescentes gostem de aprender essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o interesse do aluno envolvido.
Os jogos trabalhados em sala de aula devem ter regras, esses são classificados em três tipos:
1. Jogos estratégicos, onde são trabalhadas as habilidades que compõem o raciocínio lógico. Com eles, os alunos lêem as regras e buscam caminhos para atingirem o objetivo final, utilizando estratégias para isso. O fator sorte não interfere no resultado.
2. Jogos de treinamento, os quais são utilizados quando o professor percebe que alguns alunos precisam de reforço num determinado conteúdo e quer substituir as cansativas listas de exercícios. Neles, quase sempre o fator sorte exerce um papel preponderante e interfere nos resultados finais, o que pode frustrar as idéias anteriormente colocadas.
3. Jogos geométricos, que têm como objetivo desenvolver a habilidade de observação e o pensamento lógico.
Com eles conseguimos trabalhar figuras geométricas, semelhança de figuras, ângulos e polígonos. Os jogos com regras são importantes para o desenvolvimento do pensamento lógico, pois a aplicação sistemática das mesmas encaminha a deduções. São mais adequados para o desenvolvimento de habilidades de pensamento do que para o trabalho com algum conteúdo específico. As regras e os procedimentos devem ser apresentados aos jogadores antes da partida e preestabelecer os limites e possibilidades de ação de cada jogador. A responsabilidade de cumprir normas e zelar pelo seu cumprimento encoraja o desenvolvimento da iniciativa, da mente alerta e da confiança em dizer honestamente o que pensa. Os jogos estão em correspondência direta com o pensamento matemático.
Em ambos temos regras, instruções, operações, definições, deduções, desenvolvimento, utilização de normas e novos conhecimentos (resultados).
O trabalho com jogos matemáticos em sala de aula nos traz alguns benefícios:
  • conseguimos detectar os alunos que estão com dificuldades reais
  • o aluno demonstra para seus colegas e professores se o assunto foi bem assimilado
  • existe uma competição entre os jogadores e os adversários, pois almejam vencer e para isso aperfeiçoam-se e ultrapassam seus limites
  • durante o desenrolar de um jogo, observamos que o aluno se torna mais crítico, alerta e confiante, expressando o que pensa, elaborando perguntas e tirando conclusões sem necessidade da interferência ou aprovação do professor
  • não existe o medo de errar, pois o erro é considerado um degrau necessário para se chegar a uma resposta correta
  • o aluno se empolga com o clima de uma aula diferente, o que faz com que aprenda sem perceber.
Mas devemos, também, ter alguns cuidados ao escolher os jogos a serem aplicados:
  • não tornar o jogo algo obrigatório
  • escolher jogos em que o fator sorte não interfira nas jogadas, permitindo que vença aquele que descobrir as melhores estratégias
  • utilizar atividades que envolvam dois ou mais alunos, para oportunizar a interação social
  • estabelecer regras, que podem ou não ser modificadas no decorrer de uma rodada
  • trabalhar a frustração pela derrota na criança, no sentido de minimizá-la
  • estudar o jogo antes de aplicá-lo (o que só é possível, jogando).

 Fonte: www.pr.senai.br

12 de março de 2010

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AS CRIANÇAS BRASILEIRAS ESTÃO MAIS ALTAS

por GABRIELA CUPANI da Folha de S.Paulo em 11/03/2010

Crianças e adolescentes brasileiros são mais altos, em média, do que os americanos na faixa etária entre os sete e os 17 anos. Isso é o que revela um estudo inédito conduzido por pesquisadores das universidades federais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
A pesquisa também mostrou que a maturação biológica (como a chegada à puberdade) dos brasileiros e brasileiras acontece mais precocemente em relação aos americanos e que os americanos alcançam os brasileiros por volta dos 14 anos.

O trabalho, que faz parte do projeto Esporte Brasil -observatório de indicadores de crescimento e desenvolvimento corporal, motor e do estado nutricional de crianças e jovens-, gerou uma proposta de curvas de estatura, peso e índice de massa corporal especificamente para crianças brasileiras.

Até agora, só havia iniciativas antigas e isoladas, criadas com dados de regiões específicas, para criação de uma curva de crescimento nacional.

"Médicos pediatras e outros profissionais da saúde no Brasil utilizam as curvas de crescimento dos CDCs [crianças e jovens americanos] para avaliar as nossas. E as pesquisas daqui demonstram que nossas curvas de crescimento são distintas das americanas", enfatiza Adroaldo Gaya, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenador do Projeto Esporte Brasil.
Trata-se do primeiro estudo que utilizou uma amostra de escolares, representativa dessa população, com o objetivo de comparar estudantes brasileiros com parâmetros de crescimento internacionais.
A comparação dos valores de estatura, peso e índice de massa corporal com os valores de referência da Organização Mundial da Saúde e dos CDCs (Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos) mostrou que os jovens brasileiros atingiram ou ultrapassaram os pontos de referência na maioria das idades.

Crescimento do país

Os autores avaliaram dados de 41.654 alunos de escolas públicas e privadas de todas as regiões brasileiras. As informações foram coletadas por professores de educação física de cada escola que aderiu ao projeto -a maioria está situada na zona urbana.

"Queríamos verificar se o crescimento físico das crianças e adolescentes brasileiros estava aquém ou além das curvas internacionais", diz Diego Augusto Santos Silva, professor do programa de pós-graduação em educação física da Universidade Federal de Santa Catarina e um dos autores do estudo.

Segundo ele, duas ou três décadas atrás o crescimento brasileiro estava abaixo dos padrões internacionais.

Uma das hipóteses que explicam a mudança é o crescimento do país e a melhora nas condições de vida. O padrão de crescimento das crianças seria um reflexo disso.

"As crianças brasileiras estão crescendo mais porque estão mais saudáveis. A puberdade também está sendo antecipada", diz Romolo Sandrini, presidente do Departamento Científico de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. "Sem dúvida, o fato de as curvas estarem mais próximas das internacionais é um indicativo de saúde das nossas crianças", diz. Segundo ele, isso se deve a fatores como melhoras no aleitamento materno e na cobertura da vacinação.

17 de fevereiro de 2010

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BENEFICIOS DA NATAÇÃO PARA OS PEQUENOS - COMO A NATAÇAO AUXILIA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS

Considere que em algum momento de nossas infâncias deparamo-nos com a tarefa de aprender a utilizar nossos membros, agitando braços e pernas. Divertíamo-nos com aquela explosão de movimentos descontrolados, que nós decidíamos quando começar e parar... era genial! Aos poucos, com um pouco de esforço, percebemos que era possível agarrar algumas coisas e, mais interessante ainda, zuni-las longe. Hoje fazemos o que queremos com nossos membros, sem pensar em como era complicado relaxar certos músculos e contrair outros durante um certo tempo para sustentar uma posição. Mas, acredite, tivemos de aprender. Cada pequeno feito como esse dava uma satisfação danada e, assim, adquiríamos confiança para tentar mais e mais coisas.


Se você pegou o espírito da coisa nessa curta ilustração, cognitivamente falando, fica claro como é importante a relação entre nossa psicologia e nossa motricidade: a disposição para fazer coisas depende de nossa habilidade para realizá-las"a disposição para fazer coisas depende de nossa habilidade para realizá-las" . A isso chamamos psicomotricidade, uma ciência que compreende o homem pelo movimento a partir do corpo e pelo movimento do homem em relação aos desejos que o cercam.

Indicadores de um desenvolvimento motor saudável influenciam num desenvolvimento psicosocial saudável e vice-versa. Pode parecer surpreendente mas, não raro, crianças com dificuldades sociais foram indivíduos pouco ou inadequadamente estimulados no período do bebê. Vamos entender como a água pode atuar a favor desse processo. Que tal facilitarmos a vida futura de nossas crianças?

Autoconfiança desde cedo

No caso da autoconfiança, fundamental para uma vida social saudável, devemos ter em mente que ela é construída justamente no berço. O conforto que uma criança dispõe nesse período está ligado diretamente ao grau de segurança que apresentará nas etapas futuras de sua vida. Esse conforto traduz-se pela satisfação de suas necessidades fisiológicas e afetivas que a pessoa materna deve suprir, bem como na manutenção de uma presença sólida e numa rotina constante do dia-a-dia. A ajuda nessa etapa importante, na qual a aquisição da confiança está se desenvolvendo (tanto em si como na relação com o outro) pode ser feita através de uma das ferramentas mais recomendadas por psicomotricistas e educadores: atividades lúdicas dentro d´água.

Este meio, tantas vezes comparado com o universo intrauterino, impulsiona a criança a explorar habilidades em que já possui um domínio próprio, permitindo que se expresse com mais autonomia. Isso ocorre porque todo aquele difícil processo de contrair, relaxar e manter posturas específicas é facilitado no ambiente aquático, que reduzindo a ação da gravidade funciona dando suporte ao aparelho locomotor. Menos esforço para coisas simples gera oportunidade para participarmos de mais coisas, como espirrar água noutros bebês, pais e professores que nadam conosco. Assim, a identidade psicosocial vai sendo exercitada, desde cedo.

Natação para bebês é uma das boas dicas que podemos adotar visando a desinibição precoce de nossos rebentos. A desinibição motora acompanha a desinibição psicológica numa atividade que trabalha tanto a construção individual de uma imagem corporal sadia quanto o sentido de conexão com um mundo ao nosso redor. A percepção envolvente e estimulante que a água proporciona faz com que a criança sinta-se parte integrante de um todo"A percepção envolvente e estimulante que a água proporciona faz com que a criança sinta-se parte integrante de um todo" , menos dependente e mais confiante para colaborar com as dinâmicas sociais. Quantas oportunidades poderemos aproveitar quando não tivermos mais que pensar nesta complexa tarefa de lidar com pessoas, ou pelo menos quando chegarmos ao estágio onde isso não pareça tão intimidador?

 AUTOR :Gustavo Lunz

16 de fevereiro de 2010

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BRINCAR DE BOLA É PARA TODAS AS IDADES - BENEFICIOS DAS BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS INFANTIS

Vilma Medina
Os benefícios que as brincadeiras com a bola contribuem para seus meninos e meninas. A bola é, em muitas famílias, o primeiro brinquedo das crianças. Sua praticidade e utilidade fazem com que seja o brinquedo preferido das crianças. E sua acessibilidade, assim como seus benefícios, fazem com que seja o brinquedo mais adquirido pelos pais.


Uma bola custa pouco, diverte, e consegue enormes benefícios ao desenvolvimento físico, emocional, social e moral das crianças.

Benefícios do jogo com a bola para as crianças

A bola é uma grande amiga da criança. É atrativa, e muito estimulante. Uma bola pode estimular o bebê que engatinha a ir atrás dela, ou se for maiorzinho a que corra atrás dela. Ela ajuda no desenvolvimento do equilíbrio, da coordenação motora, e da força muscular. Uma bola, seja do tamanho que for, ou da forma e desenho que tenha, sempre é bem-vinda às brincadeiras infantis.

Os terapeutas infantis são extremamente a favor do uso da boal na formação física e social das crianças. Nas sessões terapêuticas, tanto o alongamento, como o relaxamento, podem ser feitos com o balão, promovendo o condicionamento físico de uma forma mais prazerosa, e suavizando a dor. Na infância, o tratamento com a bola está indicado para quem tem problemas respiratórios, déficit de equilíbrio e coordenação motora. Também é utilizada para ganhar ou perder peso, e estabilizar as articulações. Através da prática regular de atividades com a bola, o desenvolvimento motor das crianças tem uma ação direta na prevenção de problemas tão presentes na vida da criança, como é o caso da obesidade infantil. As crianças que trocam a televisão ou o computador pela bola, estarão exercendo uma atividade física que o afastará desse tipo de problema. A bola deve estar presente no dia-a-dia das crianças, como uma fiel companheira.

Por outro lado, a bola sociabiliza as crianças devido poder ser compartilhada. Se uma criança sai de casa com uma bola, com certeza logo encontrará alguma outra criança que irá querer jogar bola com ela. A bola atrai as crianças.

A bola também tem um grande poder no inconsciente das crianças. Chama a atenção delas, provoca uma reação quanto à velocidade do chute que emprega, reforça a autoestima, e estimula a curiosidade.


Reis da bola

A bola não tem sexo. Pode e deve ser jogada tanto por meninos como por meninas. Isso de que somente os meninos podem jogar bola e que as meninas devem ficar com as bonecas, já deve ser mudado nos dias atuais. A habilidade, seja com os pés ou com as mãos, com a bola, é inquestionável. Incentive seus filhos para brincarem de bola. Se não o fizerem, jamais saberão se seus filhos se converterão em campeões de volei, basquete, ou de futebol. Jamais saberá se seu filho conseguirá dominar a bola como faz Ronaldinho ou Marta.

4 de fevereiro de 2010

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A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO SOB A PESPECTIVAS DAS ABORDAGENS DE ENSINO


Partindo de uma analise de MIZUKAMI* , sobre a relação professor e aluno, podemos definir com maior profundidade e abrangência o colapso deste tema. A autora nos mostra como essa relação tem se construído ou até mesmo se “destruído” dentro das diversas concepções teoricas!

Abordagem Tradicional

Esta relação é vertical e o mestre ocupa o centro de todo o processo, cumprindo objetivos selecionados pela escola e pela sociedade. O professor comanda todas as ações da sala de aula e sua postura está intimamente ligada à transmissão de conteúdos. Ao aluno, neste contexto, era reservado o direito de aprender sem qualquer questionamento, através da repetição e automatização de forma racional. (p.14-15)

SAVIANI (1991), referindo-se à relação professor e aluno, na escola tradicional, mostra-nos que o professor: "transmite, segundo uma gradação lógica, o acervo cultural aos alunos. A estes cabe assimilar os conhecimentos que lhes são transmitidos.” (p. 18)

Ainda sob esta perspectiva, o aluno para ter acesso ao conhecimento tinha de passar pelo professor, que era quem mediava à relação. Assim, o professor controlava todas as ações exigindo dos alunos obediência que, por outro lado, era também exigida na empresa ou na indústria. Desta forma, pensar, questionar era coisa do chefe ou do dono da empresa.

Abordagem Comportamentalista

Segundo MIZUKAMI (1986), o professor é um planejador do ensino e da aprendizagem que trabalha no sentido de dar maior produtividade, eficiência e eficácia ao processo, maximizando o desempenho do aluno. O professor, como um analista do processo, procurava criar ambientes favoráveis de forma a aumentar a chance de repetição das respostas aprendidas. (p.31-32)

Segundo SAVIANI (1991), neste contexto: " o elemento principal passa a ser a organização racional dos meios, ocupando o professor e aluno posição secundária, relegados que são a condições de executores de um processo cuja concepção, planejamento, coordenação e controle ficam a cargo de especialistas supostamente habilitados, neutros, objetivos e imparciais."(p. 24)

Abordagem Humanista

Nesta abordagem as qualidades do professor (facilitador) podem ser sintetizadas em autenticidade, compreensão empática - compreensão da conduta do outro a partir do referencial desse outro - e o apreço (aceitação e confiança em relação ao aluno). (p.53)

O professor como facilitador da aprendizagem, aberto às novas experiências, procura compreender, numa relação empática, também os sentimentos e os problemas de seus alunos e tenta levá-los à auto-realização. A responsabilidade da aprendizagem (objetivos) fica também ligada ao aluno, àquilo que é mais significativo para ele, e deve ser facilitada pelo professor. Portanto, o processo de ensino depende da capacidade individual de cada professor, de sua aceitação e compreensão e do relacionamento com seus alunos.

Abordagem Cognitivista

A mesma autora, coloca que o professor atua investigando, pesquisando, orientando e criando ambientes que favoreçam a troca e cooperação. Ele deve criar desequilíbrios e desafios sem nunca oferecer aos alunos a solução pronta. Em sua convivência com alunos, o professor deve observar e analisar o comportamento deles e tratá-los de acordo com suas características peculiares dentro de sua fase de evolução. (p.77-78)

O professor passa a criar o cenário necessário, pensando no estágio de desenvolvimento em que o aluno se encontra, para que o aluno possa explorar o ambiente de forma predominantemente ativa. Neste ponto, o aluno não é um ser que recebe a informação passivamente, ele deverá experimentar racionalmente atividades de classificação, seriação e atividades hipotéticas. Assim, o professor sempre oferecerá ao aluno situações problemas que tragam a eles a necessidade de investigar, pensar, racionalizar a questão e construir uma resposta satisfatória.

Abordagem Sócio-Cultural

MIZUKAMI (1986) afirma que a relação entre o mestre e o aprendiz é horizontal, professor e aluno aprendem juntos em atividades diárias. Neste processo, o professor deverá estar engajado em um trabalho transformador procurando levar o aluno à consciência, desmistificando a ideologia dominante, valorizando a linguagem e a cultura. (p.99)

Nesta abordagem, o diálogo marca a participação dos alunos juntamente com os professores. Os estudantes são partes do processo de aprendizagem que procura enfatizar a cooperação e o trabalho coletivo na resolução dos problemas sociais.

referência bibliográfica:

SAVIANI, Dermeval. - Escola e Democracia. São Paulo: Cortez Editora, 25ª edição, 1991.
*MIZUKAMI, Maria. G. N. Ensino: As abordagens do Processo. São Paulo: EPU, 1986
Retirado do Blog DEPOIS DA AULA
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GANSOS E PATÊS

Uma amiga tem ideias curiosas sobre as escolas. Vivendo em uma cidade do interior, viu-se diante da encruzilhada difícil: “Qual a melhor escola para meu filho?” Pôs-se a campo visitando as tidas como as melhores. A cena se repetia. O diretor ou diretora se encontrava com a perspectiva de uma matrícula a mais. Fazia seus melhores esforços para convencer a mãe. Mostrava-lhes salas, laboratórios, quadras de esportes. Terminada a excursão, minha amiga tinha duas perguntas a fazer.

“-O senhor sabe, nosso mundo é competitivo, há o vestibular no horizonte, o mercado de trabalho, e eu gostaria de saber como é que sua escola lida com esses problemas...”

O diretor, seguro de sua filosofia de educação, respondia:


“-Essa é nossa grande preocupação. Precisamos preparar as crianças para o futuro. Assim, nossos professores são orientados no sentido de apertá-las ao máximo para que sejam vencedoras. Quanto a isso a senhora pode estar tranqüila.”

Aí ela continuava:

“-Sua resposta me esclareceu muito. Mas há uma última pergunta que quero fazer. As crianças passam apenas um período na escola. No outro período elas ficam com o tempo livre. O que fazer com esse tempo?”

Respondia o diretor: “-A resposta a essa pergunta já está implícita no que eu lhe disse. Não permitimos que as crianças tenham esse tempo ocioso. Damos tanta lição de casa que elas têm de trabalhar o dia inteiro...”

Aí a minha amiga concluía:

“-Sabe, senhor diretor, eu acho que a infância é um tempo tão bonito que é triste apertar as crianças em nome de um futuro hipotético. As crianças não podem viver hoje em função do amanhã. A vida delas é no hoje. Se elas forem ‘apertadas’, vão acabar por odiar a escola e o aprender. Além do que, as crianças devem ter num tempo livre para viver suas próprias fantasias, para brincar. Se elas tiverem todo o seu tempo tomado por deveres de casa perderão a alegria...”

E com essas palavras despedia-se do diretor perplexo.

Ela peregrinou de escola em escola e era sempre a mesma coisa. Até que chegou a uma periferia, condições físicas precárias, diretor esquisito. Perguntado sobre sua filosofia de educação, ele respondeu:

“-Acho que a coisa mais importante para as crianças nessa fase é que elas aprendam a se comunicar. Que aprendam a amar os livros. Que gostem de escrever. Uma criança que ama os livros tem o mundo aberto a sua frente...”

Minha amiga matriculou o seu filho nessa escola e ainda fez propaganda.

É preciso reconhecer que essa amiga anda na direção contrária. A maioria dos pais caminha na outra direção. Querem escolas fortes, que apertem, que preparem seus filhos para o vestibular, que encham o tempo dos alunos com um mundo de lições. Eles não estão interessados na educação dos seus filhos. Talvez nem saibam o que isto seja.

Vi, na antiga revista Life, a foto de um ganso sendo engordado para que seu fígado ficasse dilatado, próprio para ser transformado em patê. O cuidador do ganso segurava sua cabeça apontando para cima, um funil enfiado em seu bico, por onde a comida era enfiada, à força. Terminada a operação, para evitar que ele vomitasse a comida que ele não queria comer, seu pescoço era amarrado. Essa imagem dispensa explicações. Quem é o ganso? Quem é aquele que segura a cabeça do ganso? Quem é aquele que lhe enfia a comida goela abaixo? E o patê? Quem vai comer o patê? De uma coisa eu sei. Não será o ganso...

Autor: Rubem Alves
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OS ELEMENTOS QUE FAZEM DE ALGUÉM UM PROFESSOR

LEMBRANÇAS DE UMA FORMAÇÃO

Artigo publicado na Revista Educação, edição 153

Em nossas memórias de adultos, geralmente impregnadas de melancolia romântica, a imagem da primeira professora ocupa um lugar especial. Quase proverbial, como a da velha canção na qual a felicidade de tão plena não tinha consciência de si (eu era feliz e não sabia...). Da minha, não lembro o nome. Mas recordo vivamente a expressão austera, o olhar implacável, os gestos fortes e destemperados, uma vara quebrada num acesso de fúria, o punho fechado a distribuir pequenos golpes nas cabeças infantis. E, claro, o apelido que cunháramos entre nós como vingança: Bruxa.

Já minha professora da 3ª e 4ª séries era uma moça dedicada e doce, creio que de cerca de 20 anos e recém-formada na escola normal do bairro. Seu nome era Gislaine. Lembro-me vivamente da aula em que tentou (no meu caso, sem sucesso imediato) nos ensinar frações, a partir do desenho de um chocolate, que se partia em meio, em um quarto, enfim, em enigmáticas "frações". Do dia em que me repreendeu, por conversar com um colega, e me colocou sentado no outro lado da classe, com as meninas (o sistema de coeducação não era concebido de forma muito ortodoxa). Do quanto nos observava com respeito, do remédio que me trouxe ao notar uma verruga em meu dedo, do zelo com que mantinha uma folha para cada aluno em seu caderno de aula. Lembro-me da canção que escreveu para o dia de nossa formatura, em que, tristes, nos despedimos de uma grande professora.


Há quase duas décadas tenho como ofício - e interesse teórico - a formação de professores. Mas confesso que em grande medida ignoro os processos pelos quais se formam professores como Gislaine. É difícil crer que sejam frutos do desenvolvimento de certas competências previsíveis e enunciáveis, como querem as mais modernas diretrizes. Ou que se produzam a partir da compreensão científica do desenvolvimento infantil, como pregavam (ainda o fazem?) as pedagogias de inspiração psicológica. Claro que esses, como outros aspectos, podem ter alguma relevância para a formação de professores. Mas passam ao largo de questões essenciais, como compromisso pessoal e institucional, empatia e dedicação aos alunos, senso de responsabilidade pelas crianças e pelo legado cultural no qual é dever do professor iniciá-las.

Por outro lado, é pouco plausível que essas características sejam 'dons' pessoais que independam de um processo formativo. Ao contrário, provavelmente se desenvolvem como fruto de uma formação na qual o significado da profissão docente possa, aos poucos, se desvelar em sua profunda complexidade. Nas páginas de uma obra literária, na elegância de uma demonstração matemática, no rigor de um experimento científico, na profundidade de uma reflexão filosófica. Nos exemplos de nossos mestres, nos compromissos sociais e políticos que, por meio deles, em nós se renovam. Por isso, convém certa prudência ao tratar do tema. A formação resulta do intercâmbio entre pessoas; e não do contato com coisas, por mais sofisticadas que estas sejam.

José Sérgio Fonseca de Carvalho
Doutor em filosofia da educação pela Feusp

9 de dezembro de 2009

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SABER COMO CHEGAR EM CASA



Mário Cordeiro, pediatra, disse na semana passada numa conferência organizada pelo Departamento de Assuntos Sociais e Culturais da Câmara Municipal de Oeiras, que muitas birras e até problemas mais graves poderiam ser evitados se os pais conseguissem largar tudo quando chegam a casa para se dedicarem inteiramente aos seus filhos durante dez minutos.


Ao fim do dia os filhos têm tantas saudades dos pais e têm uma expectativa tão grande em relação ao momento da sua chegada a casa que bastava chegar, largar a pasta e o telemóvel e ficar exclusivamente disponível para eles, para os saciar. Passados dez minutos eles próprios deixam os pais naturalmente e voltam para as suas brincadeiras. Estes dez minutos de atenção exclusiva servem para os tranquilizar, para eles sentirem que os pais também morrem de saudades deles e que são uma prioridade absoluta na sua vida. Claro que os dez minutos podem ser estendidos ou até encurtados conforme as circunstâncias do momento ou de cada dia. A ideia é que haja um tempo suficiente e de grande qualidade para estar com os filhos e dedicar-lhes toda a atenção.

Por incrível que pareça, esta atitude de largar tudo e desligar o telemóvel tem efeitos imediatos e facilmente verificáveis no dia-a-dia.

Todos os pais sabem por experiência própria que o cansaço do fim de dia, os nervos e stress acumulados e ainda a falta de atenção ou disponibilidade para estar com os filhos, dão origem a uma espiral negativa de sentimentos, impaciências e birras.

Por outras palavras, uma criança que espera pelos pais o dia inteiro e, quando os vê chegar, não os sente disponíveis para ela, acaba fatalmente por chamar a sua atenção da pior forma.

Por tudo isto e pelo que fica dito no início sobre a importância fundamental que os pais-homem têm no desenvolvimento dos seus filhos, é bom não perder de vista os timings e perceber que está nas nossas mãos fazer o tempo correr a nosso favor.

in Boletim de Julho da Acreditar
retirado do blog http://cresceraaprender2.blogspot.com/ em 09.12.2009

7 de novembro de 2009

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Altas Habilidades/Superdotação e o Ensino Regular

Grupo de estudo aos sábados- SEED/PR- Equipe Educação Especial


Observamos no contexto das altas habilidades/superdotação, que muitos sujeitos não se interessam pelos conteúdos tradicionalmente aplicados na escola, mas apresentam sede de aprender e produzir.




Como atender a esta demanda, onde o ensino regular não está sendo suficiente para o seu desenvolvimento?



O professor elabora o planejamento para sua aula, baseado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), no que reza o Projeto Político Pedagógico (PPP)da instituição em que leciona, também levando em conta os objetivos que deverão ser alcançados pela maioria dos alunos da turma em questão, porém é sabido que tais objetivos não serão alcançados de forma igualitária por todos os alunos da sala, pois no ensino regular estadual, as turmas não são hegemônicas, portanto inúmeras serão as flexibilidades que o professor deverá enfrentar em um único objetivo, porém sem descaractelizá-lo ( não deixa-lo nem muito aquém, nem muito além).



Numa sala/turma composta por uma clientela heterogênea, o professor poderá deparar-se com alunos com necessidades especiais devido a : dificuldades ou distúrbios de aprendizagem, deficiências, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação.



O professor deve ter a preocupação e a responsabilidade em se manter sempre informado, ir a busca de capacitação para que sua prática pedagógica seja a melhor possível, tanto para ter conhecimento e segurança no seu trabalho, como para bem atender a seus alunos.



Quando o professor se depara com um aluno com necessidades especiais de educação, deve sempre comunicar sua coordenação e demais profissionais que atendam o aluno para que, juntos, estabeleçam a forma mais adequada para a aprendizagem do mesmo.



Tratando-se de altas habilidades/superdotação, observa-se certa preocupação e insegurança dos professores, que muitas vezes sentem-se incapazes para lidar com a aprendizagem do mesmo. O professor deve ter claro que na escola ele não tem o papel de ‘”dono do saber”, ele é o orientador e o mediador da aprendizagem na construção do conhecimento, respeitando o potencial de cada aluno.



O professor deve sempre diversificar as estratégias, estimular e respeitar a variedade de opiniões, idéias, de sugestões, de níveis de conhecimento e do tempo de cada um no processo educativo; dessa forma estará propiciando a identidade da formação do conhecimento de seus alunos e os respeitando como cidadãos únicos.



Conforme foi abordado no texto, o superdotado/altas habilidades gosta de desafios, está sempre disposto e ansioso para aprender novas coisas dentro e fora da sala de aula; cabe não só ao professor, como a todos os profissionais, a escola e a família, proporcionar que esse aluno esteja em contato com a área que ele mais sente interesse ou apresente uma habilidade maior.



A princípio, pode-se oferecer o método de enriquecimento curricular.



“... a partir do momento que o professor identifica que aquela criança tem uma habilidade acima da média, uma capacidade maior em uma determinada área, esse professor vai trabalhar com a perspectiva do enriquecimento curricular. Ou seja, ele vai oferecer possibilidades para que esse aluno desenvolva aquela auto-habilidade. Oferecer mais material, oportunidades de pesquisa, trabalhar com projetos de pesquisa na área de interesse específico do aluno”., (Denise Rocha Belfort Arantes, 2006 – coordenadora do núcleo de atendimento do CAPE, artigo: Como lidar com criança superdotada? – revista: Canção Nova Notícias, 2006).



No entanto, este grupo de estudo, também acredita que esse aluno deva:



1.Frequentar tanto o ensino regular (sala comum) como o não formal (oficinas) com o objetivo de estimular todas as suas capacidades e habilidades, de oferecer oportunidade de pesquisa para seus interesses, visando oferecer um equilíbrio entre suas áreas de interesse e possibilidades de respostas;



2.Ter acesso a espaços criativos, ricos em estímulos e oportunidades de aprendizagem, respeitando-se a democracia e a liberdade;



3.Participar de programas especiais que atendam suas necessidades, pois muitos não suportam atividades decorativas e nem a rotina;



4.Ter garantido desafios voltados a criatividade e que enriquecerão seus conhecimentos, proporcionando oportunidades para a ampliação de seus horizontes pessoais e projetar objetivos maiores, desenvolvendo a independência intelectual.



5.Participar de projetos voltados ao relacionamento pessoal e emocional (necessário ser trabalhado em alguns), e de convívio com pares que apresentem os mesmos interesses, com familiares e com a sociedade em geral – viagens de pesquisa, viagens de lazer, colônias de férias, jogos, etc.









Ao participarmos do Grupo de Estudo – Professor Itinerante, oferecido neste 1° semestre pela SEED – PR, pudemos ter maiores informações a respeito da Sala de Recursos, espaço este em que o aluno terá oportunidade não só de ir em busca da sua construção de conhecimentos, como também de conviver com seus pares, com mesas idéias e potencialidades intelectuais, acompanhado e orientado por professor(es) que desenvolverá (ão) seu trabalho baseado em projetos coletivos ou individuais, dando suporte tanto científico como emocional, acreditamos ser de suma importância para a aprendizagem e vida desses alunos.



Não havendo a possibilidade da formação da sala de recursos, poderá ser propostas atividades extra-classe, de forma a oportunizar o desenvolvimento de suas potencialidades e habilidades.








2.Vocês acreditam na busca desses potenciais, que podem estar na sua escola?



Este grupo é formado por professores que apresentam duas características de atuação profissional, sendo: os que atualmente trabalham somente na Educação especial (no caso – Deficiência Intelectual Moderada) e os que trabalham um período na Educação Especial (D.I.) e no Ensino Regular.



É unânime a opinião de que a busca desses potenciais levará não somente o progresso do indivíduo como pessoa equilibrada e completa ( mesmo que as altas habilidades/superdotação estejam presentes apenas em determinada fase de sua vida), como para o avanço da civilização, quer seja na área tecnológica, biológica, de comunicação ou das artes.



Antes de qualquer coisa, como professores, somos responsáveis pela formação dos cidadãos que passam por nossas mãos, devemos SIM, e SEMPRE acreditar no potencial dos nossos alunos.



Devemos ter em mente que assim como os familiares, também fazemos parte da história de vida do nosso aluno. Quem é que não se lembra daquele professor que simplesmente “despejou” conteúdos em nossa cabeça?E daquele outro que se imiportou com o nosso fracasso? Ou que acreditou em nossas capacidades e tomadas de decisões?



Temos sempre que ter olhos para nosso alunado, verificarmos suas características, traçarmos caminhos que contemplem a maioria e criarmos pontes para aqueles que necessitam.









Referências:



1.Revista Canção Nova Notícias, 2006.



2.2. Anotações da palestra oferecida pela SEED – Professor Itinerante – Professora Simone – IEPPEP, junho de 2009.



3.Apostila oferecida pela SEED – “Altas Habilidades/Superdotação: Um desafio” – novembro de 2009.






Minha autoria

29 de outubro de 2009

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POR QUE FAZER LIÇÃO DE CASA?


"Entenda como as tarefas ajudam no desenvolvimento do seu filho dentro e fora da escola"
- Autoria:Thais Lazzeri

Quem já não ouviu reclamações do filho que têm de fazer lição de casa? Falta de vontade, cansaço, vontade de brincar, dormir. Esses sinais podem ser mais que meras desculpas para burlar a lição. Pode ser um sinal de que, realmente, o modo como a escola está lidando com a tarefa de casa não é tão estimulante assim.


Uma pesquisa da Metlife sobre a experiência da lição de casa, realizada com professores, pais e alunos norte-americanos, mostrou que a maioria do grupo considera a tarefa importante. Ao todo, 3.602 pessoas foram entrevistadas virtualmente. Três quartos dos alunos fazem lição ao menos três vezes por semana e gastam, em média, 30 minutos para finalizá-las. Eles também estabeleceram uma comparação com o ano de 1987 e, felizmente, o resultado também foi positivo. O dobro dos professores classifica a qualidade da lição fornecida pela escola como excelente.

Aqui no Brasil não há pesquisas sobre o assunto, mas o tema é dúvida de todas as pessoas que, de alguma maneira, estão envolvidas com o processo de aprendizagem. Para Mauro Lopes da Fonseca, professor de geografia do Colégio Alicerce (SP), a lição tem de ser atrativa e motivadora. “Ela serve como um termômetro para a avaliação das aulas em classe. O desempenho do estudante mostra o quanto ele está integrado em classe ou em quais pontos precisa se dedicar mais”, diz.

A lição de casa não serve apenas para dar continuidade ao aprendizado em sala de aula. Ela pode ir muito além. A criança aprende o tempo inteiro, e não só quanto está estudando. A criança aprende a ter compromissos com prazos, a se organizar para ter tempo para estudar, a buscar conhecimento em outras fontes de informação, como livros e Internet. Mauro sugere, ainda, maneiras dos pais estimularem os filhos a fazerem lição de casa.







12 de outubro de 2009

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LETRA CURSIVA x IMPRESSA




CURSIVA X IMPRENSA / MESA COM /Z/?



E AGORA, PROFESSOR?


Leila Vilma da Silva BambinoPedagoga e psicopedagoga institucional/ Instituto Catarinense de Pós Graduação – ICPG Blumenau - Santa Catarina.



RESUMO

Este artigo foi escrito visando fazer uma reflexão sobre o tipo de letra a ser utilizado pelos alunos nas séries iniciais. Também visa refletir sobre a maneira de trabalhar o erro e a ortografia, bem como sobre as melhores maneiras de lidar com as diferentes formas de escrever utilizadas pelos alunos, tendo sempre em vista facilitar o processo ensino-aprendizagem e apontar caminhos para os saberes, utilizando a curiosidade natural dos alunos em benefício do seu saber.


Palavras-chave: Tipos de letra, alfabeto, ortografia, erro.


1. INTRODUÇÃO


Para quem convive em escolas e lida com as séries iniciais, dois assuntos são bastante discutidos e motivo de polêmica entre educadores e pais: o estilo de letra a ser utilizado pelas crianças e os erros gráficos, sobretudo em produções de texto.

Quanto ao estilo da letra, os sistemas de escrita mais antigos procuravam variar o menos possível a forma gráfica das letras. As escritas monumentais, feitas em pedra, por exemplo, exigiam um tipo de letra fácil de ser entalhado. Este modo de escrever as letras, separadamente, passou a ser conhecido como Textura na fabricação de livros a mão.Já em 1830, a escrita era feita com estiletes e penas de aço que facilitavam a escrita mais arredondada e com as letras emendadas.

Outro fator de mudança no estilo das letras é o seu uso. Em propagandas, como a finalidade é chamar a atenção, as letras necessitam ser diferentes. Já em livros e revistas, o estilo pode ser outro.

Nos dias atuais, temos a liberdade de criar e enfeitar, o que faz surgir as mais diferentes formas no traçado das letras.Em relação ao estilo da letra a ser utilizada nas séries iniciais, a comunidade, de certo modo, cobra veladamente uma postura do professor no sentido de utilizar a letra do tipo imprensa no início do processo de alfabetização e, depois, fazer uso da letra cursiva que possui um traçado de letras ligadas tornando mais rápido o registro.

Além de cobrar o estilo da letra, a comunidade também se preocupa em fazer cobrança no que se refere aos erros gráficos cometidos pelos alunos. Nesse sentido, professor que não faz a correção dos erros gráficos das produções de seus alunos também é visto com desconfiança.Em relação ao estilo de letra, Cagliari (1999, p. 104) afirma que[...] é essencial que os alunos aprendam (e pratiquem) primeiro a escrita e ponham-se a escrever como eles acham que deve ser. Somente depois, já mais familiarizados com o ato de escrever, serão levados a reconsiderar o que fizeram, em função das normas ortográficas.

Dado o contexto acima, o presente artigo tem como objetivo refletir a maneira de trabalhar a ortografia e os erros na escola, bem como considerar os vários estilos de letras existentes em nosso sistema.


2. A EVOLUÇÃO DA ESCRITA


Um grande marco na história da humanidade foi a invenção da escrita que surgiu e se desenvolveu da necessidade de o Homem armazenar informações - reforçando a memória - e de se comunicar a uma distância além do alcance da voz.

Segundo Cagliari (1999, p.15), “A escrita pelo que se sabe hoje, começou de maneira autônoma e independente, na Suméria, por volta de 3300 a.C. É muito provável que no Egito, por volta de 3000 a.C., e na China, por volta de 1500 a.C., este processo autônomo tenha se repetido”.

Para chegar ao alfabeto atual, a escrita passou por muitas alterações. Utilizada pelo homem primitivo para registrar fatos ocorridos, a escrita pictográfica (desenhos) ainda hoje é encontrada em escavações arqueológicas, demonstrando ser antiga a idéia de escrever.Em seguida, veio a escrita ideográfica, hoje utilizada principalmente pelos povos ocidentais, com destaque pelos chineses, que utilizam símbolos para expressarem suas idéias. São palavras ou conjuntos de palavras que são representados por desenhos chamados ideogramas.

No caso da escrita chinesa, há certa razão para ser conservado o sistema ideográfico: na China, há mais de mil dialetos, que são variações de uma mesma língua, sendo que não diferem na estrutura básica, apenas um pouco nas palavras. Isso significa que um texto, em chinês, é escrito de maneira igual em todos os dialetos, mesmo com a pronúncia sendo diferente.

O fonetismo, por sua vez, é um sistema no qual as palavras passam a ser decompostas em unidades sonoras, aproximando a escrita da sua função que é a de interpretar a língua falada. Utiliza a leitura de figuras que terão sentido de palavras por meio do som, recurso usado nas cartas enigmáticas.A escrita continuou evoluindo, passando a ser silábica. Nesse sistema, a palavra é decomposta em um conjunto de sons.

Chegamos ao alfabeto - cujo termo tem origem nas duas primeiras letras do alfabeto grego, alfa e beta – que, de fenício passou a grego, ao romano e, finalmente, ao latino, o mais utilizado em todo mundo.O sistema alfabético é caracterizado pelo fonetismo, sistema em que cada símbolo (letra) corresponde a um som.Esse conjunto de letras que chamamos de alfabeto torna-se o início da nossa estrada rumo ao universo escrito.


3. O ESTILO DAS LETRAS

Assim como o alfabeto, a escrita também foi se adaptando. Escrever sobre papiro e, mais tarde, sobre pergaminhos exigia um traçado de letras mais arredondado, ou seja, materiais diferentes de escrita exigiam abordagens diferentes.

Assim, de acordo com Cagliari (1999), os sumérios substituíram o risco na argila por um processo de pressão que permitia que desenhassem afundando marcas nos tabletes.Muitas das formas escritas primitivas, como a cuneiforme e a fenícia, permitiam aos mercadores registrar suas transações, pois a memória não daria conta de tanto.As primeiras letras usadas pelos escribas foram as romanas (200 a.C.), a quadrata (100 a.C.) e a rústica, já no inicio da era cristã.

Já no século IV d.C., surgiu a uncial, sendo que “o nome de uncial foi atribuído a este tipo de letra porque os parágrafos manuscritos começavam sempre com uma letra grande, do tamanho de uma unha” ( Cagliari, 1999, p, 193).

Já no século XIII, surgiram as letras góticas e romanas. Com a crescente demanda da escrita, o estilo cursivo fez-se necessário (século XVII), pois apresentava um traçado de letras ligadas, facilitando uma escrita rápida.

Cagliari (1999, p.187) explica que “Um simples olhar no mundo da escrita com a qual temos contacto hoje nos mostra tanta variação na forma gráfica que, por um momento, surge a dúvida: como conseguimos ler em meio a este aparente imenso caos?”A escrita segue regras claras e rigorosas que devem ser transmitidas às crianças durante o processo de alfabetização. Assim sendo, a aparente confusão não causará medo, pois estamos diante de um fato: uma complexidade gráfica.


4. O MUNDO DAS LETRAS


Existem, na nossa língua, várias maneiras de registrar graficamente a mesma letra. O som também vai depender da palavra na qual esta letra estiver colocada. Este caráter gráfico e social é estabelecido pela ortografia.Existem palavras em português que a letra A representa som de /ã/, como em lama, dama, cama, som de /ai/, como em rapaz, paz, atrás. Assim sendo, é difícil determinar o valor de cada letra dentro do sistema alfabético. Muitas vezes, a letra muda seu som, sem, contudo, mudar sua forma: continua sendo a letra A.Estas variações de sons são trabalhadas ao longo de todo processo de alfabetização,cabendo ao professor apresentar às crianças as letras do alfabeto, bem como suas variações, como nos exemplos acima.

Conforme Cagliari (1999, p.49), [...] primeiramente, apenas o alfabeto de letras de forma maiúsculas. [...] este procedimento não é apenas uma moda: é uma forma mais fácil, concordam todos de se chegar ao aprendizado da leitura. Embora muitos professores possam constatar essa maior ‘facilidade’ na prática do seu dia-a-dia, talvez nem todos saibam realmente as razões por trás desse fenômeno.

Para dominar o mundo das letras, a criança passa pelo processo de alfabetização, cabendo ao professor optar por mecanismos que otimizem o processo.


5. LETRA DE IMPRENSA OU CURSIVA?


Mas, e agora? O alfabeto foi aprendido, os valores sonoros de cada letra também. As palavras viraram histórias e eis que vem a pergunta: “Posso escrever com letra pegada?”.A criança sente necessidade de uma auto-afirmação, e a letra do tipo imprensa parece não mais atender ao seu desejo, pois ela a vê como letra de criança pequena. Como agir?

É com as letras tipo imprensa que as crianças têm um maior contato desde cedo, em jornais e revistas, o que resulta em uma elaboração de hipótese sobre a escrita muito precocemente. O traçado é simples, dando à criança liberdade ao ato de escrever, favorecendo a percepção das unidades e diminuindo o esforço motor.

A letra cursiva é mais rápida de ser traçada, porém exige da criança uma coordenação motora mais definida.De acordo com Cagliari (1999 p.41).

A escrita cursiva tinha dois problemas: por ser feito com rapidez, o traçado das letras tendia a se modificar na escrita de cada um – por outro lado, a escrita cursiva produz ligaduras. Depois de unidas as letras, o aspecto gráfico pode mascarar os limites individuais das letras, gerando confusões entre os usuários.É mais importante que a criança compreenda e entenda a função e as características da escrita do que se preocupe com o tipo de letra a ser utilizado. “Em primeiro lugar, é preciso ensinar a escrever e, somente depois, deve-se preocupar com os requintes da escrita” (CAGLIARI E CAGLIARI, 1999, p.79).

Entretanto, não é o que geralmente ocorre. Alguns professores, ainda nos dias atuais, insistem em utilizar somente a letra cursiva depois de um determinado período, deixando alguns alunos bastante confusos.

De acordo com Tafner e Fischer (2001, p.19),O mundo está escrito em letras de forma. O mesmo mundo onde a criança vive cresce e aprende. Não espere dela um desenvolvimento pleno em cursivas quando tudo o que ela lê em torno dela é escrito com letras de forma. As letras de forma são naturais para ela, pois fazem parte do seu mundo.

A escrita cursiva tem um uso exclusivamente pessoal e, com o desenvolvimento tecnológico, a escrita a mão quase deixou de ser feita. As letras cursivas viraram arte nas mãos de pessoas que têm o dom de escrevê-las em convites, cartazes, murais etc.No dia-a-dia, a escrita cursiva acabou perdendo um pouco sua importância. Porém, na escola, ela continua sendo motivo de discussão entre alguns educadores. Existem professores que acham que se os alunos escreverem com a letra do tipo bastão não aprenderão a escrever com a letra cursiva, como se o alvo a ser atingido na alfabetização fosse o de escrever “redondinho” e igual a todos os outros alunos.

Na visão de Cagliari (1999, p.109),O bonito da verdadeira educação é ser um caleidoscópio: a diferença a todo instante é seu charme e beleza; cada momento revela algo de novo e surpreendente. A educação deve formar pessoas diferentes, não clones, réplicas intelectuais.Ao lidar com crianças, é preciso ter em mente que elas são seres individuais e únicos, bem como que “na educação se propõe, e não se impõe” (Cagliari, 1999. p.111).

O importante é compreender o que está escrito. Se for estabelecida uma comunicação entre professor e aluno, a finalidade da escrita estará cumprida.


6. ORTOGRAFIA: UMA EXIGÊNCIA SOCIAL

Como falar sobre letras, palavras, frases, textos e não mencionarmos a ortografia, um veículo utilizado para clarear a comunicação, mas que acaba virando mecanismo de exclusão?A escrita é uma representação oral da linguagem cujo objetivo é a leitura. Quando escrevemos um texto, utilizamos como recurso as palavras que serão interpretadas pelo leitor. Fazemos uso, também, da escrita ideográfica (números, gráficos etc.).A fala comanda o ato de escrever. Já “a escrita, na verdade, não passa de um uso sofisticado da própria linguagem oral, cristalizada na forma gráfica” (Cagliari, 1999.p.65).

A partir do momento em que a sociedade produziu a escrita e à medida que passou a utilizá-la mais, surgiu a necessidade de fixar a forma de escrever as palavras. Isso para que pessoas de diferentes dialetos pudessem ler de maneira fácil, pois, do contrário, o significado das palavras ficaria comprometido.

A ortografia tornou-se uma exigência social a partir do momento que fixou a grafia das palavras, fazendo com que escritor e leitor interpretassem da mesma forma seu significado dentro de um contexto escrito.Muitas vezes, um texto criativo com falhas desperta menos interesse do que outro graficamente impecável, mas sem vida.

Segundo Fischer (1997, p.12) "No início da alfabetização, os erros gráficos são cometidos ao longo do processo da escrita e, longe de representarem desatenção, letras ‘comidas’, desinteresse da criança, representam uma forma cognitivamente estruturada de pensar o funcionamento da escrita.

Quando o professor mostra para a criança o alfabeto, precisa, além do nome da letra, mostrar seu respectivo som. Será bastante natural que a criança, ao escrever mesa, troque o /s/ pelo /z/, pois é influenciada pelo som, que é de /z/. Mais tarde, caberá ao professor explicar que existe uma ortografia vigente em nosso país segundo a qual a letra /s/ entre duas vogais tem som de /z/, embora, em outros casos, esta mesma regra não seja válida.

No início, estes “erros” serão bastante freqüentes e somente com bastante leitura e a mediação do professor serão superados.Quando o educador apresenta a escrita para as crianças, é natural que as mesmas escrevam do jeito que falam. Em suas produções, aparecem: abakt (abacate), rezolva (resolva), muinto (muito), ptc (peteca) e assim por diante. Todos estes passos são absolutamente normais durante o processo de alfabetização.Das palavras começam a surgir frases; depois, os pequenos textos, sendo fundamental que esses textos sejam trabalhados pelo professor de forma espontânea. Quando falam, as crianças não precisam seguir roteiros nem esquemas: elas simplesmente falam.

Cabe ao professor permitir que elas dêem asas a sua imaginação de acordo com as idéias que possuem. Para Cagliari (1999, p. 215), a marca da individualidade faz de um simples texto um trabalho original, e se seu estilo agradar à comunidade, torna-se um texto literário.

Por meio das produções espontâneas, professor e aluno se envolvem no processo de escrita, refletindo sobre erros e buscando caminhos para contorná-los.É fundamental que o professor tenha objetivos claros ao utilizar tal instrumento, pois, do contrário, pode se ater apenas aos erros e não à produção em si.Para o educador, errar é um horror; o erro acarreta a vergonha, a punição e finalmente a exclusão. Quando era preciso fazer justamente o contrário: aproveitar cada erro para refletir com o aluno e ajudá-lo a encontrar a direção lógica. (FISCHER, 1997, p.12).

A criança precisa reler sua produção com o professor e corrigi-la sempre que necessário. Em seguida, escrevê-la novamente, sempre objetivando a comparação entre a escrita anterior e a atual, percebendo com isto os avanços.

Errar faz parte da aprendizagem. É por meio do erro que construímos novos saberes, sempre com a perspectiva de melhorar.Apesar de as pessoas utilizarem a mesma língua, falam de maneira diferente conforme sua localização regional. Nosso sistema ortográfico atende a uma exigência social e não se preocupa com a maneira do usuário falar e sim, com as convenções da escrita.

A criança, quando chega à escola, tem um falar próprio, trazido da família, que será transformado em escrita. O erro aparecerá, cabendo ao professor a tarefa de não supervalorizar o erro, e sim transformá-lo em acerto por intermédio de estímulos à leitura e de pesquisas a dicionários.

O erro sempre tem uma explicação. Tudo que o aluno faz ou, até mesmo, deixa de fazer tem uma razão para ele. Ao professor cabe a tarefa de perguntar para, assim, poder ensinar adequadamente.

Cagliari (1999, p.82) comenta que:A escola precisa aprender que a ortografia é um fim e não um começo, quando se ensina alguém a escrever. Primeiro, a criança precisa aprender a lidar com a escrita e, depois, preocupar-se em escrever ortograficamente. Isto não significa que vamos deixar as crianças escreverem sempre o que quiserem e como quiserem, porque vale tudo. A escola, como instituição, não pode admitir uma pedagogia do vale-tudo. A escola tem uma missão a cumprir. E faz parte dela o ensinar a escrever e escrever ortograficamente. Uma coisa não precisa destruir a outra. Tudo tem o seu tempo e o seu lugar.

Uma criança em fase de alfabetização está aprendendo a lidar com a escrita. Nesse sentido, o professor tem a tarefa de ensiná-la a desconfiar daquilo que escreveu, raciocinar sobre o fato e buscar informações para saber se escreveu certo ou não.Por meio da produção de textos espontâneos, o professor poderá saber o nível em que seus alunos estão, suas maiores dificuldades, os erros mais ou menos freqüentes. Poderá organizar seu planejamento a fim de trabalhar com estas dificuldades aplicando exercícios específicos.

A autocorreção deve ser um instrumento utilizado com freqüência. Rever os textos, melhorá-los, mas sem imposições nem cobranças. Ler e reler por prazer. Por meio da leitura, o aluno resolverá a maior parte de suas dificuldades.

As crianças não conseguem prontamente escrever tudo de maneira correta, como o professor deseja. Aquela grafia linda, sem erros gráficos, será conseqüência de um trabalho feito em longo prazo.

De acordo com Ferreiro (2000, p.21), a escola (como instituição) se converteu em guardiã desse objeto social que é a língua escrita e solicita do sujeito em processo de aprendizagem uma atitude de respeito cego diante desse objeto, que não se propõe como um objeto sobre o qual se pode atuar, mas como um objeto a ser contemplado e reproduzido fielmente, sem modificá-lo.

Na fase de alfabetização, deve estar claro para o professor – bem como para as crianças - que a função da língua escrita é a comunicação e o registro das idéias.

Ambos devem estar conscientes também em relação ao erro: Erro de ortografia relaciona-se com as hipóteses que o aluno levanta sobre a escrita, apenas isso (CAGLIARI, 1999, p.246).

O erro gráfico deverá ser visto, portanto, como instrumento de aprendizagem e não como motivo de vergonha, pois é inevitável que um indivíduo cometa erros quando está em processo de aprendizagem. É certo também que estes erros devam ser corrigidos, deixando claro para os alunos que eles devem sempre se aventurar nos conhecimentos que já têm, sabendo, contudo, que nem tudo sairá correto.

Os alunos estão apenas começando seus estudos e terão muito tempo para acrescentar conhecimentos novos e sanar dificuldades.


7. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Este artigo foi elaborado com o intuito de levar pais e professores à reflexão sobre o tipo de letra usado pelas crianças e sobre seus erros gráficos, assuntos que fazem parte do dia-a-dia escolar.A utilização da letra de imprensa ou cursiva não deve ser o foco principal de discussão em uma escola, e sim a importância da escrita, feita com qualquer tipo de letra, desde que existam comunicação e registro de idéias.A ortografia deve ser levada bastante a sério. Ao professor caberá a função de deixar que as crianças errem muito e aprendam a buscar soluções, exercendo a função de condutor da aprendizagem, mediando, interagindo, aprendendo.

Ninguém nasce sabendo, e a aprendizagem é algo bastante subjetiva. Podemos aprender mais facilmente alguns assuntos que outros, o que não significa que sejamos melhores ou piores. Significa apenas que somos indivíduos diferentes, sendo que esta diferença é que faz da educação algo maravilhoso em que a rotina não tem vez.

Vamos, portanto, deixar que as crianças escrevam e que exercitem sua liberdade de registrar idéias como quiserem. As correções podem ficar para mais tarde, sem, contudo, serem esquecidas.As crianças querem ser ouvidas, respeitadas, motivadas a continuar. A valorização da auto-estima, o contato visual, o calor humano também fazem parte de uma educação de qualidade.

Todo o restante será conseqüência de um trabalho feito com amor. O maior privilégio de um professor é poder caminhar lado a lado com os seus alunos, observando seus progressos, auxiliando nos seus tropeços, sempre pronto para estender a mão.8.


REFERÊNCIAS


CAGLIARI, Gladis Massini;

________, Luiz Carlos. Diante das Letras: a escrita na alfabetização. São Paulo: Fapesp, 1999 (Coleção Leituras do Brasil)

_________, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o Ba –Bé – Bi – Bó – Bu .1. ed. São Paulo: Scipione, 1999.


FERREIRO, Emília. Com todas as letras. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

FISCHER, Julianne. Sugestões para o desenvolvimento do trabalho Pedagógico. Timbó: Tipotil, 1997.TAFNER, Malcon Anderson;

FISCHER, Julianne. Manga com leite mata: reflexões sobre os paradigmas da educação. Indaial: Ed. Asselvi, 2001.

7 de outubro de 2009

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CRIANÇAS COM SINDROME DE DOWN VÃO BEM EM ESCOLAS REGULARES

foto retirada do http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/foto/0,,19531791,00.jpg


Esta é a manchete do caderno Educação da revista Mente e Cérebro - Nº201, P. 16 - que traz a divulgação de um estudo que reforça a importância da inclusão social para estudantes com trissomia do cromossomo 21.


Segundo a pesquisa da dissertação de Mestrado da terapeuta ocupacional na área de estimulação precoce da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Ribeirão Preto- SP, Patrícia Páfaro Gomes, que comparou seis crianças, de 3 a 6 anos, com síndrome de Down, com outras seis, da mesma faixa etária, sem nenhum distúrbio; as crianças com síndrome se diferenciaram em apenas 2 dos 15 comportamentos analisados.


As Habilidades analisadas foram interpessoal e de autoexpressão. A primeira habilidade objetivava observar a interação com outras crianças e adultos, disputa pela atenção da professora, estabelecimento de contato inicial, ocorrência de conflitos e comportamentos de autodefesa; a habilidade de autoexpressão trouxe experiências que motivavam o choro e o riso, como a criança agia quando ficava sozinha, canto e a imitação dos colegas e da professora.


Utilizando-se do recurso da filmagem, foi observado que as crianças com Down apenas diferenciaram-se das demais por imitarem os coleguinhas com maior frequência e apresentaram maior dificuldade no contato inicial.


Em 2007, o Governo Federal regulamentou o Plano Social, que prevê a inclusão das crianças com necessidades especiais nas escolas públicas a partir de 2010.


Mesmo já tendo garantido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (L.D.B/96), tal processo tem causado medo e angústia nos pais das crianças e certa insegurança, por parte dos professores da rede pública do ensino regular, que sentem-se despreparados para receber os alunos com deficiências e afirmam que a escola necessita não somente de reformulação física, estrutural e material, como também de capacitação à todos os profissionais para receber de forma qualitativa tais alunos.




6 de outubro de 2009

6 de setembro de 2009

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O PODER DO BRINCAR!!!



Pode-se descobrir mais a respeito de uma pessoa em uma hora de brincadeira do que em um ano de conversa.
(Platão)


Tentei chamar a atenção da criança com palavras;
Foram sussurradas ao vento vento em vão.
Tentei chamar sua atenção com livros;
Mas recebi apenas um olhar.
Desesperada, gritei:
Como captar sua atenção?
Então ele me sussurrou:
" Venha brincar comigo ".
(Autor Desconhecido)
 
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