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31 de julho de 2009

Olá minhas amigas tem festa com direito

as guloseimas no cantinho da amiga Dulcinea

do blog Recanto Mineiro (http://mineirinhagr.zip.net/)

a festa vai rolar no dia 02 de agosto,

vamos lá meninas prestigiar nossa doce amiga!!!!




29 de julho de 2009

***** NÃO COPIAR O ARTIGO NA ÍNTEGRA, NEM PARTES DO MESMO, SEM DAR OS DEVIDOS CRÉDITOS. ARTIGO ESCRITO POR MIM E REGISTRADO EM CARTÓRIO. O NÃO CUMPRIMENTO DA REGRA IMPLICARÁ EM PROCESSO CRIMINAL DE CÓPIA SEM AUTORIZAÇÃO. OBRIGADA. Viviane Patrice******
"A ARTE EDUCAÇÃO E O DOENTE MENTAL "
Viviane Patrice Bertoncini[1]

RESUMO

Este trabalho aborda a Arte-Educação como processo de ressocialização de doentes mentais, beneficiando tanto o indivíduo que se encontra interno, como a família do mesmo e a comunidade em si. Relata historicamente as visões que a humanidade teve sobre a loucura, até que a mesma fosse considerada doença mental, relata algumas contribuições da arte-educação sobre o autoconhecimento e sobre o processo de aquisição do interesse pelo trabalho em grupo, cita o trabalho de especialistas em tratamento com doentes mentais na visão junguiana, traz comentários baseados em pesquisas bibliográficas a respeito da contribuição das Artes, no processo de ressocialização de cidadãos que necessitam de uma inclusão na sociedade. Para a coleta de informações foi utilizada uma revisão de literatura selecionada, na qual se observa que a Arte-Educação tem como função a melhora psico-sócio-emocional do doente mental, favorecendo a sua integração social. Nota-se que o professor/arte-educador deve assumir o papel de agente facilitador no processo da terapia e do despertar da arte, pois sua real função será de agente motivacional para que o doente mental consiga expressar seus sentimentos através da linguagem plástica. Pôde-se observar, por meio das literaturas, que o projeto de ressocialização através da arte vem sendo uma constante por vários médicos psiquiatras, terapeutas e demais especialistas da área, em doentes mentais ou internos que permaneceram por longo tempo afastado da sociedade, por acreditarem na mudança positiva que tal atividade opera no indivíduo.

Palavras-chave: Arte-educação, ressocialização, doente mental, esquizofrenias, arte-terapia.


INTRODUÇÃO

O presente estudo versará sobre a Arte Educação e os Doentes Mentais. Para avançar na questão da ressocialização do doente mental interno, faz-se necessário definir os tipos de doenças mentais, bem como conhecer suas características para que possam ser desenvolvidos trabalhos visando à ressocialização dos internos, ou, então, para que, na impossibilidade de recuperação total, possam ser desenvolvidos projetos que permitam o desenvolvimento de habilidades tanto como forma de terapia, quanto para o trabalho. Por outro lado, é necessário conhecer qual o melhor método para trabalhar a mente dessas pessoas, pois é sabido que a arte-educação aliada à arteterapia tem alcançado ótimos resultados como tratamento e ressocialização de doentes mentais, tanto em hospitais psiquiátricos como em Complexos Médicos Penais.
Como aspecto metodológico, o estudo pautar-se-á nas pesquisas em obras literárias e sites disponíveis, voltados ao tema proposto.
O trabalho será distribuído de forma a atingir os seus objetivos. No primeiro item serão abordados os aspectos da história da loucura situando as diferentes formas de visão e tratamento dados aos loucos, incluindo-se aqui o Hospício do Juqueri, entre outros.
O segundo item abordará a Arte Educação e a Arteterapia pautada nos estudos científicos de Carl Jung, a visão do inconsciente individual e inconsciente coletivo, bem como as experiências clínicas que tal estudioso desenvolveu, em trabalhar com o fazer artístico como atividade criativa e integradora da personalidade. Tais métodos serviram de base para Osório César que atuou no Hospital Psiquiátrico do Juqueri[2] e Nise da Silveira que desenvolveu o mesmo método no Rio de Janeiro, chegando inclusive a fundar uma instituição para atender os doentes mentais regressos, a fim de trabalhar melhor o psíquico dos mesmos, fortalecendo a auto-estima, o autoconhecimento e o interesse do trabalho em grupo.
Posteriormente trataremos da arte educação e o processo de ressocialização de cidadão que necessita de inclusão na sociedade, onde o ato de criar e o papel fundamental do espectador como elo entre o artista e o significado da obra. As artes são verdadeiros momentos de motivação individual e coletiva. Estudar a escultura, o desenho e a pintura, atrai a atenção de estudiosos do comportamento humano, principalmente quanto tais obras são elaboradas por pessoas com doenças ou transtornos mentais.
Objetiva-se no desenvolvimento deste estudo em fornecer informações relevantes para a confirmação da ressocialização através da arte para os doentes mentais.

ESTUDOS E DEFINIÇÕES SOBRE A LOUCURA
A loucura sempre foi temida pelo ser humano, embora seja tão antiga quanto o mesmo.
No início, o homem considerava que o louco era dominado por um espírito satânico: que se apropriava do seu corpo e da sua mente através da: POSSESSÃO DEMONÍACA PARCIAL, quando o diabo entrava no indivíduo, desordenando suas idéias, suas práticas e afetos; ou da POSSESSÃO DEMONÍACA TOTAL, quando o corpo possuído era lançado ao solo e sacudido (epilepsia). (CARVALHAL RIBAS, 1964, p. 64).
Dos tempos mais remotos até o século XVI, o tratamento dado aos loucos, não passaram de tentativas cruéis de os eliminarem da vista dos normais, enxotando-os para fora dos muros das cidades, até serem transportados em naus e desembarcá-los, à sorte de terras estranhas. Tal método ficou conhecido como Naus dos Loucos (FOUCAULT, 1978), pratica expressiva do impacto da normalidade versus loucura.
PALOMBA (2003) define loucura ou psicose quando o indivíduo perde, ou diminui o contato com a realidade, ou ainda pode-se dizer que é a incapacidade de prever a realidade. Ou seja, estas pessoas perdem as características normais passando a serem consideradas loucas por ter em si alterações de pensamento, os considerados delírios, ou criar uma nova realidade, como por exemplo: criar dupla personalidade, acreditando ser alguém conhecido pelo público, como Presidente da República ou mesmo alguém que já veio a falecer, acreditando ser Napoleão Bonaparte. Pode julgar ser o centro de tudo, um Deus, ou ainda acreditar em percepções como alucinações, auditivas e visuais, crendo terem visto ou ouvido, certas coisas que jamais vieram a existir.
Podemos colocar a loucura, de forma abreviada se usar de conceitos sobre a doença mental, ou seja, subdividir a “loucura” em diversos itens, como por exemplo: a Esquizofrenia, a Psicose, as Neuroses e ainda as causadas por dependência química, tais como o alcoolismo, a de substâncias psicoativas. Desta forma é importante caracterizá-las para a compreensão do que cada uma pode causar na personalidade do doente mental.
O termo psicose, no vocabulário psiquiátrico, refere-se a um distúrbio maciço do sentido da realidade. Estudos Psicodinâmicos mostraram que, tanto na criança, quando no adulto, o sentido da realidade é inseparável do conjunto da organização da personalidade.
Ressaltamos que, no adulto, só se emprega a palavra psicose seguida de um qualificativo: esquizofrênico, delirante, alucinatória, maníaca. (AUBIM, 1976, p.15).
LEBOVICI (1973) trata esse assunto da seguinte forma:
Pode-se, por exemplo, considerar a confusão entre animado e inanimado do autismo como estando ligado a uma ausência de envelope psíquico; a confusão entre Si - mesmo e outrem das psicoses de tipo esquizofrênico como sendo devida a uma violação dos limites entre espaços psíquicos do sujeito e espaço psíquico de outrem; pode-se considerar as psicoses distímicas como devidas a uma destruição dos limites entre si mesmo e objetos internos.

Então, torna-se imprescindível descobrir o que é cada uma dessas doenças, pode-se iniciar com a esquizofrenia, que nada mais é do que, um transtorno mental psicótico, mas para se chegar a essa definição, foram necessários estudos que, na verdade iniciam-se em 1911, quando foi criado o termo “esquizofrenia”. O precursor destas pesquisas foi Eugem Bleuler, psiquiatra que em 1908 introduziu este termo, partindo de dementia praecox, que reuniu as síndromes de catatonia, hebefrenia e paranóia, em apenas uma condição. Ele descreveu, o esquizofrênico como alguém que possui mais de um transtorno, e que tem alucinações, delírios e desorganização do pensamento, assim pode-se declarar contrário ao termo “demência”. Bleuler, ainda apoiou-se em uma associação de idéias, desejos e impulsos contraditórios, em uma perturbação do afeto e do autismo para caracterizar as ações esquizofrênicas.
KAPLAN (2003) crê que uma boa parcela da população é acometida desta doença, mesmo antes dos 25 anos e sem que haja distinção de classe social. Podendo diagnosticar tal preceito através de um exame do estado mental. Pode perceber ainda, que é raro o aparecimento de casos de esquizofrenia antes dos 10 anos de idade e após os 50, não há diferença entre sexo.
Podemos destacar que os estudos sobre a esquizofrenia, conceituaram-na de forma que a subdividisse em tipos conforme o diagnóstico e ao prognóstico.
Baseando-se nas classificações de BALLONE, as esquizofrenias podem ser as seguintes:
- Paranóide: Tipo de esquizofrenia com melhor prognóstico, por ser mais comum e de melhor resposta aos tratamentos. O paciente que se enquadra nessa condição, sofre do delírio de perseguição, achando que o mundo o persegue que todos estão contra ele e desejam-lhe o mal; tais pensamentos podem ser acompanhados de alucinações, visão de pessoas mortas, monstros, diabos ou elementos sobrenaturais. Muitas vezes as idéias religiosas ou políticas, o convencem de ser o salvador do mundo.
- Hebrefrência ou desorganizada: Os pacientes pertencentes a este grupo apresentam problemas de concentração, falta de coerência de pensamento, pobreza de raciocínio; podendo apresentar discurso infantilizado, fazendo comentários fora do contexto e saem com facilidade do tema da conversa. Não controlam suas emoções, podendo gargalhar em momentos de extrema tristeza, ou impróprios ou chorarem sem saber o porquê. Os delírios também são freqüentes.
- Catatônica: Tipo menos freqüente de esquizofrenia, tendo como características transtornos psicomotores e dificuldades na locomoção podendo também ser freqüente, a falta da fala. Caso permaneçam por longo tempo em crises, podem se pender ao álcool e ás drogas.
- Residual: Esquizofrenia instalada há muitos anos e com várias seqüelas, tais como isolamento social, comportamento excêntrico, emoções inapropriadas e pensamentos sem lógica.
- Simples: Tipo pouco freqüente, seu aparecimento é lento, geralmente iniciando na adolescência, com irregularidades emotivas. Vagarosamente vai se instalando o isolamento social, perde os amigos, as relações familiares tornam-se escassas, alteração de caráter, tornando-se totalmente anti-sociável, findando em depressão. Não são observáveis surtos agudos.


2. ARTE EDUCAÇÃO

No início do século XX, Sigmund Freud (1856-1939) se interessou pela arte e através de estudos concluiu que o inconsciente se manifesta através de imagens e que estas podem expressar maiores informações do que as palavras. Segundo FREUD, os artistas podem através de suas obras de arte, simbolizar conteúdos do psiquismo que estão presos no inconsciente, visto que as imagens escapam mais facilmente da censura da mente do que as palavras.
Ana Mae Barbosa (1984), grande pioneira da Arte-educação no Brasil, defende o ensino da arte nas escolas, com o objetivo de resgatar a qualidade do ensino e da aprendizagem dos adolescentes. A professora acredita que a arte-educação além de facilitar o trabalho em grupo, despertar o lado artístico e crítico, prepara o aluno para enfrentar melhor o mundo. Preocupada com a qualidade do ensino de Artes no Brasil, propõe ao Estado uma reforma curricular com conteúdos mais críticos e combativos, que denotem maior domínio teórico e com investigação histórica, visto ser impossível trabalhar a Arte, sem abordar o tempo histórico e relacioná-los ao contexto em que vivemos.
A abordagem mais atual de Arte-Educação no Brasil é a associada ao desenvolvimento cognitivo, sendo Rudolf Arnheim, o propulsor da idéia de Arte para o desenvolvimento da Cognição, baseando suas concepções na equivalência configuracional entre percepção e cognição.
Para ARNHEIM (Apud BARBOSA, 1975) “... perceber é conhecer”, afirma que a Arte requer julgamento, porém exige regras que necessitam ser conhecidas antes de afrontá-las. Tais regras podem ser entendidas como a gramática visual, fundamento básico às operações envolvidas na cognição como: percepção, recepção, interiorização de informação, atenção, memória, pensamento e finalmente, aprendizagem.

2.1 ARTETERAPIA NA VISÃO JUNGUIANA

Ao longo deste item abordar-se-á o tema arteterapia, pautados na visão de Carl Jung, cuja teoria parte do princípio de que todo indivíduo com seu curso natural de vida, em seus processos de autoconhecimento e de transformação são orientados pelos símbolos[3]·. Estes surgem do self [4], sendo a plenitude individual, o centro controlador da psique e à essência do sujeito. No decorrer de sua existência, o indivíduo através dos símbolos, vai reconhecendo e compreendendo o self, que deve ser respeitado. “O Símbolo configurado em materialidade, leva à compreensão, transformação, estruturação, e expansão de toda a personalidade do indivíduo que cria”. (PHILIPPINI, 2000).
Na abordagem junguiana, a arteterapia deve proporcionar diversos materiais expressivos, (no caso criações artísticas: esculturas, telas, desenhos diversos), significativos e adequados a fim de propiciar a expressão e a comunicação de símbolos da psique (como afetos, sonhos, emoções, sentimentos, conflitos, desejos) para o meio exterior, possibilitando reconstruções, reconhecimentos, resgates e transformações.
Foi Jung[5] o primeiro médico psiquiatra a utilizar-se da arte em consultório, pois considerava que, na arte, ocorria a simbolização do inconsciente individual e do coletivo. No início da década de 20, utilizou-se da linguagem expressiva como terapia e, para isso, solicitava aos pacientes, que fizessem desenhos livres, imagens de sonhos, de sentimentos, de situações da infância ou mesmo conflitantes[6]. Jung chegou a afirmar que a criatividade tem uma função psíquica natural e estruturante; e que a energia psíquica não se altera enquanto não se transforma. Defendeu também a idéia que tanto a atividade plástica, quanto a criatividade são funções psíquicas inatas e que contribuem com a evolução da personalidade e com a organização do pensamento. (JUNG, 2000)
Osório César, em São Paulo e Nise da Silveira, atuando no Rio de Janeiro, são os grandes representantes da arte educação no Brasil, ambos seguiram o pensamento de Freud e Jung, no que diz respeito a doentes mentais internos.
Através dos estudos dedicados e da analise das produções artísticas dos doentes mentais, Osório César concluiu que as obras de arte dos doentes tinham o cunho emocional, pois eram trabalhos espontâneos que satisfaziam as necessidades instintivas.

Os símbolos que os doentes usam para as suas produções artísticas pertencem à simbologia que Freud observa na interpretação dos sonhos. Assim, os órgãos genitais masculinos são, por exemplo, representados por bengalas, limas, serpentes, punhais, revólveres, torneiras, dirigíveis Zepelim, peixes etc. Os órgãos femininos têm sua representação em vasos, caixas, cofres, portas, frutos etc (CÉSAR, 1955, p.27)

Para CÉSAR, as manifestações artísticas nos doentes internos são baseadas na regressão da hereditariedade; ou seja, o homem manifestaria através da Arte, a origem e o desenvolvimento da espécie.

O homem primitivo é de índole profundamente supersticiosa. Todos os fenômenos da natureza que ele observa têm uma expressão de terror manifesto na sua mentalidade. Dessa maneira ele interpreta o trovão, o raio, as chuvas copiosas. Vem daí, talvez, a necessidade da criação do símbolo - origem da arte - para amenizar esse primeiro sofrer representando já o esboço de uma filosofia elementar da vida. E essa filosofia torna-se código de vida em certas comunidades primitivas atuais com os totens e tabus (CÉSAR, 1955, p. 128).

Nise da Silveira destacou-se na medicina psiquiátrica por se recusar a aplicar eletrochoques, induzir o coma insulínico e ministrar drogas aos doentes mentais; diante de tal ato, foi designada a atuar na área de Terapia Ocupacional do Hospital, onde na época a “Terapia ocupacional” consistia em dar atividades de limpeza aos internos; aqueles que respondiam bem aos tratamentos e que eram considerados ‘calmos’ ocupavam-se de atividades como varrer corredores, limpar sanitários, ou seja, desenvolviam um trabalho que o mantinham ocupado e que economizaria para os cofres dos manicômios. A Dra. Nise alterou o destino do tratamento psiquiátrico no Brasil, quando resolveu substituir o tratamento aplicado e as atividades destinadas aos doentes mentais, na década de 40, pela Terapia Ocupacional voltada à pintura e modelagem.
Para Dra. Nise, o essencial para se trabalhar com os doentes mentais internos é o carinho, pois os pacientes são seres humanos e devem ser tratados com muito afeto, para posteriormente ter acesso a suas necessidades, sentimentos e fraquezas. Esse foi o diferencial no tratamento adotado pela Dra. Nise aos doentes mentais, aqueles a qual a sociedade tratava com desprezo, preconceito, rispidez e que eram marginalizados como “Louco”.
Com as obras de seus pacientes, veio a fundar em 1952 o Museu de Imagens do Inconsciente e em 1956, contando com o apoio de pessoas que acreditavam no seu trabalho, fundou a Casa das Palmeiras, clínica destinada ao tratamento de doentes mentais egressos de Hospitais Psiquiátricos, cujas atividades artísticas eram utilizadas como tratamento e em regime de externato. O retorno dos doentes mentais às Instituições era uma freqüente, pois o preconceito dificultava a volta destes à sociedade, algo que afetava diretamente sua recuperação. Todo o trabalho destinado aos doentes tinha como ênfase a importância do contato afetivo e do incentivo a expressão criativa; a Casa das Palmeiras era e ainda é, a transição entre o hospital psiquiátrico e o mundo externo, preparando as pessoas ali atendidas para voltar à comunidade, no momento mais oportuno.
Algumas frases, expostas na Casa da Palmeira, definem bem o modo como pensava e trabalhava Nise da Silveira: “O que melhora no atendimento é o contato afetivo, de uma pessoa com outra. O que cura é a alegria, o que cura é a falta de preconceito”, ou ainda: “Acho um desaforo chamar alguém de paciente, doente mental ou louco. Eles são pessoas como as outras, são clientes. Chamo-os todos pelo nome”.
As obras desenvolvidas pelos pacientes eram passaportes para o conhecimento mais íntimo dos esquizofrênicos. No conceito da Dra. Nise, por fazerem parte do tratamento e conter expressões dos doentes internos, as obras não poderiam ser comercializadas, não haveria valor que pudesse pagar aquele testemunho e o estudo das aflições humanas.

Se fossem vendidas pinturas, esculturas e outros objetos, não existiria museu algum. Dá pra entender? Seriam dispersadas as formas reveladoras do interior da psique, isto é, o material que verdadeiramente interessa à psiquiatria (Silveira, 1951, aput GULLAR, 1996)
Nise interpretava as pinturas e esculturas de seus ‘clientes’, enxergando nelas aquilo que eles não exteriorizavam por via da comunicação lingüística. O desenho dá margem à liberdade. A censura é maior na linguagem verbal, seja ela falada ou escrita, que no desenho.
A Arte Terapia, de acordo com a definição da American Art Therapy Association (1991) apud Carvalho (2001), oportuniza o desenvolvimento das potencialidades pessoais por meios verbais e não-verbais, através da reequilibração dos recursos cognitivos, físicos e emocionais em atividades terapêuticas com variadas linguagens artísticas.
No Brasil, nas últimas duas décadas vem crescendo a aplicação da Arte Terapia como objeto de prevenção e tratamento de distúrbios psíquicos e emocionais, fazendo-se presente em diversas associações profissionais em todas as regiões do país.
O uso da arte como terapia implica que o processo criativo pode tanto reconciliar conflitos emocionais, como facilitar a auto-percepção e o desenvolvimento humano. As técnicas mais utilizadas são as artes plásticas (pintura, desenho, modelagem), as artes corporais (dança e teatro), a musicoterapia (com utilização de instrumentos musicais, voz/canto ou audição musical), as dramatizações (com fantoches e marionetes) e a escrita livre.
Segundo ALMEIDA SALES (1998), os benefícios que a Arte Terapia traz são reconhecidos, por exemplo: aumento da criatividade e senso estético, melhor integração consigo e com a realidade externa, aumento da auto-estima, desenvolvimento pessoal e estética da singularidade - restituidora do equilíbrio emocional.


2.2 A ARTETERAPIA, O AUTOCONHECIMENTO E O INTERESSE PELO TRABALHO EM GRUPO


A arteterapia oportuniza o autoconhecimento e uma nova prática. Através dela, a arte é utilizada como ponte para a manifestação, não verbal, da compreensão individual do mundo e das relações inerentes do mesmo.
Para LÚRIA (1980), todas as ações humanas estão ligadas as suas significações e, por sua vez, a significação está diretamente ligada a sua história, a qual foi registrada em seu sistema nervoso. Assim, todos os esquemas de ações se transformam em esquemas representativos e, depois operatórios.
Segundo Lowenfeld & Brittain (1977), o desenho reflete as emoções, os sentimentos, o intelecto, a percepção, a criatividade e a evolução social do indivíduo. Essa trajetória se integra por causa dos mecanismos aferentes (de fora para dentro) e eferentes (de dentro para fora) do sistema nervoso central.
A Arte pode levar a uma nova maneira de olhar o mundo, de como se relacionar e nele se incluir, que ela proporciona uma nova forma de contato com o mundo cultural, que pode ressignificar conceitos e maneiras de agir.
Através do autoconhecimento e da contemplação de sua obra, o paciente pode perceber, se conscientizar e melhorar o seu relacionamento consigo e com os que convivem; pois ao examinar sua produção e observar que está muito agressivo em sua obra, tem a possibilidade de se tornar mais sublime, tanto na arte como em sua vida. É sabido que em pessoas saudáveis tal reflexão pode ser feita por si mesma, porém em pessoas com problemas mentais, tal ato necessitará da intervenção do outro, quer seja o psicólogo, o terapeuta, ou quem estiver dando suporte psicológico e emocional para este indivíduo.
Para Eliezer[7], “O indivíduo adentra a sociedade pertencendo a um grupo. Para idosos, por exemplo, esse é um passaporte cultural que lhe confere identidade grupal. O mesmo ocorre com os oprimidos, com doentes mentais”.
Para sentir-se inserido num determinado grupo é necessário haver a aquisição da identidade social, que é determinada pela compreensão da posição que o indivíduo ocupa na comunidade,
MONTEIRO (In JESUÍNO,1996) conceitua indivíduo social como sendo “aquela parte do autoconceito do indivíduo que se deriva do reconhecimento de filiação a um (ou vários) grupo social, juntamente com o significado emocional e de valor ligado àquela filiação”.
Mudar a posição, de doente mental para artista, funciona como uma transposição para a integração social é ser (re) aceito numa sociedade que o discriminou, por diversos fatores, no caso em estudo, pelo fato de ser ‘doente mental’ e ‘interno’.


2.3 A RESSOCIALIZAÇÃO ATRAVÉS DA ARTE


Desde o início de seu desenvolvimento o indivíduo é um agente de auto-socialização, agindo e sendo influenciado de acordo com sua interação com o meio social em que está inserido (COSTA, 2000, p. 17).
Para Rocher, (in Lakatos, 1992, p. 217, apud COSTA, 2000, p.18), “a socialização é o processo pelo qual ao longo da vida a pessoa aprende e interioriza os elementos socioculturais do seu meio, integrando-os na estrutura de sua personalidade sob influência da experiência de agentes sociais significativos, adaptando-se ao ambiente social em que vive”.
O Inconsciente foi o tema de estudo de toda a vida de Jung, sem, no entanto, jamais perder o interesse pelas relações do homem com o mundo exterior. A respeito do ‘Inconsciente’ Jung escreveu:

“Assim definido, o inconsciente descreve um estado de coisas extremamente fluido: tudo o que sei, mas que no momento não estou pensando; tudo aquilo de que antes eu tinha consciência, mas de que agora me esqueci; tudo o que é percebido pelos meus sentidos, mas que não foi notado pela minha mente consciente; tudo aquilo que, involuntariamente e sem prestar a atenção, sinto, penso, recordo, quero e faço; todas as coisas futuras que estão tomando forma em mim e que em algum momento chegarão à consciência: tudo isto é o conteúdo do inconsciente.” Jung dizia também que “a consciência não se cria a si mesma; emana de profundezas desconhecidas”.

Sendo a Arte a materialização dos sentimentos em formas expressivas, ela constitui um meio de acesso às dimensões humanas ativas de simbolização conceitual. A arte educação busca proporcionar ao ser humano o seu encontro com o mundo, um primeiro olhar sobre as coisas, imprimindo-os em formas “táteis”, onde cada indivíduo é levado a conhecer melhor suas essências e sentimentos que escapam à linguagem “comum”.
Através das concepções de Vigotsky (1998), é possível compreender melhor o processo ensino aprendizagem, transferindo tais conceitos para a arte, pois ele trabalha com o ser humano histórico e cultural. Para o autor a vivência individual influencia o que a pessoa irá ser, e a partir de então, que desenvolverão suas funções mentais, tais como memória, história, atenção, percepção, fatos estes que influenciarão no ato de criar de cada um, pois cada interno teve a sua vivência e possui a sua doença mental, que se manifesta de forma diferenciada de individuo para indivíduo. Vigotsky era conivente com as idéias de Marx e Engels, considerando o homem como ser transformador da natureza e assim modificando a si mesmo.
Ao ver o ex-interno produzindo sua obra de arte, vendo o belo, tal conceito pode mudar, aquele “causador de problemas” passa a ser valorizado pela comunidade, como um ser criativo e produtivo, não representando mais o “medo” ou tendo a sensação de “desprezo” por tal ser humano.
Para RESENDE (2000), Franco da Rocha, foi o primeiro brasileiro a defender a prática do trabalho em hospício, em seu artigo “A questão do trabalho nos hospícios”, datado de 1889.
Estabelecendo-se dessa forma, o trabalho como um recurso terapêutico, conhecido como “tratamento moral” e posteriormente incluindo a arte-educação como processo de “preenchimento da mente” do doente mental.
Em Pinhais-PR, o Complexo Médico Penal do Paraná, desenvolve há anos um projeto de arte-educação aos doentes mentais internos, propiciando aos mesmos, atividades de reintegração social no âmbito da comunidade interna, que facilitam também o despertar do interesse social e da valorização da vida, de se (re) descobrir. Tal projeto vem beneficiando a ressocialização dos doentes mentais quando os mesmos voltam ao convívio da sociedade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados obtidos neste trabalho de revisão de literatura levam a repensar de quanto tempo foi necessário para que a sociedade se mobilizasse com o Doente Mental que, por mais de mil anos, foi desprezado, ignorado, castigado, devido à ignorância das “leis” e da medicina, bem como da aceitação do homem pelo “diferente”.
Entre o aceitar a loucura como doença e dar um atendimento médico e clínico adequado, o tempo foi ainda maior e podemos dizer que ainda estamos engatinhando quanto à conduta correta de cuidarmos do doente mental.
Com a arte-educação é possível alterar o estado de espírito do cidadão e do grupo, quando revela o ponto comum entre os indivíduos. A arte-educação é uma atividade coletiva, que depende da motivação de todos, não se pode criar se não houver um ambiente propício, amparado por pessoas de “confiança”, por espontaneidade, comunicação (verbal ou não), “liberdade” de expressão.
Através de pesquisas em revistas médicas e educacionais, em livros específicos, em relatos de estudos de caso, tomamos ciência de que após ser considerado apto a voltar ao convívio social, o ex-interno ao ocupar sua mente com a arte, a ociosidade é preenchida, transformando-se em terapia ocupacional; a arte confeccionada com finalidade utilitária pode ser comercializada; sendo o sujeito valorizado pelos familiares, como criador que é; ser útil, não sendo mais visto como um “peso” ou “vergonha” para a família, ou “ameaça” à comunidade a qual pertence.
FISCHER (1981, p. 23) descreve: “a arte é o meio indispensável para essa união do indivíduo como o todo: reflete a infinita capacidade humana para a associação e para a circulação de experiências e idéias.”


REFERÊNCIAS

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SILVEIRA, N. da – JUNG, Vida e Obra – Rio de Janeiro: José Álvaro, Editor, 1968.

____________, - Imagens do inconsciente - Rio de Janeiro: Alhambra, 1981.

VYGOTSKY, L.S. - O Instrumento E O Símbolo No Desenvolvimento Da Criança -. In: A Formação Social Da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989,
P. 21-33.

________________ O Desenvolvimento da Percepção E da Atenção-. In: A Formação Social



[1] Graduada em Pedagogia, Matemática e Biologia pela Faculdade SCELISUL-SP, Especialista em Magistério Superior, Administração Escolar, Psicopedagogia e Educação Especial pela faculdade FACINTER – PR e pós-graduanda em Psicomotricidade pelo Instituto Superior.
[2] O Hospital Psiquiátrico do Juqueri é uma das mais famosas colônias psiquiátricas do Brasil, localizada em Franco da Rocha, estado de São Paulo. Fundado em 1898 pelo psiquiatra paulista Franco da Rocha, o Asilo de Alienados do Juqueri passa a denominar-se Hospital e Colônias de Juqueri em 1929.

[3]Símbolo é “... uma linguagem universal infinitamente rica, capaz de exprimir por meio de imagens muitas coisas que trascedem das problemáticas específicas dos indivíduos.” (SILVEIRA, N. – JUNG, Vida e obra, 1968.p. 81.)
[4] de si mesmo.
[5] Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, considerado sucessor de Freud. Dentre todos os seus conceitos, a idéia de introversão e extroversão é a mais utilizada na psiquiatria. (Tipos Psicológicos - C.G.Jung - Zahar Editores - RJ – 1980)
[6] Lutas consciente e pessoal, que traz indecisão à pessoa que está com tal sentimento.
[7] Joya Eliezer (arteterapeuta é fundadora da Associação Brasileira dos Terapeutas da Arte),


Olha que lindo selinho eu ganhei da Fefe:
As regrinhas são:
Repassar para 6 blogs amigos e
Dizer 6 coisas que você ama na sua vida!
Eu minha família
Eu meus amigos
Eu ler
Eu internet
Eu assistir TV sem ser incomodada
Eu meu blog!
Eu repasso para:


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Algmas frases para reflexão

"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.
O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem sabe ver. " (Gabriel Garcia Marquez)

"Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você.
Vocês são todos aprendizes, fazedores, professores." (Richard Bach)

"Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo. Por isso, aprendemos sempre." (Paulo Freire)


"Educar é ser um artesão da personalidade, um poeta da inteligência, um semeador de idéias." (Augusto Cury)

"A simplicidade é o último degrau para se atingir a perfeição" (Confúcio)



"Tudo que é bom, dura o necessário para se tornar inesquecivel"


'Saudade é a certeza de que o nosso passado valeu a pena"



O tempo perdido não pode ser recuperado. Sua beleza só pode ser vivida como ausência: a beleza dói... Magia é isto: invocar o que se foi,mas que continua a nos habitar. Ou será poesia?(Rubem Alves)

É preciso ousar, aprender a ousar , para dizer NÃO a burocratização da mente a que nos expomos diariamente" ."É preciso ousar para jamais dicotomizar o cognitivo do emocional.Nao deixe que o medo do difícil paralise você".
"Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção"(Paulo Freire)

"Crescer como Profissional, significa ir localizando- se no tempo e nas circunstâncias em que vivemos,para chegarmos a ser um ser verdadeiramente capaz de criar e transformar a realidade em conjunto com os nossos semelhantes para o alcance de nosso objetivos como profissionais da Educação".(Paulo Freire)

"O conhecimento exige uma presença curiosa do sujeito em face do mundo. Requer uma ação transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca constante. Implica em invenção e em reinvenção". (Paulo Freire)

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.( Rubem Alves)


"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses" (Rubem Alves)


"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música
não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria
sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria
que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.
Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas
para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes."
(Rubem Alves)

27 de julho de 2009

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A ARTE DE SER AVÓ

(Raquel de Queiroz)

Netos são como heranças: você os ganha sem merecer.
Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu.
É, como dizem os ingleses, um ato de Deus.
Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade.
E não se trata de um filho apenas suposto, como o filho adotado: o neto é realmente o sangue do seu sangue, filho de filho, mais filho que o filho mesmo...
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Quarenta anos, quarenta e cinco... Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem as suas alegrias, as suas compensações - todos dizem isso embora você, pessoalmente, ainda não as tenha descoberto - mas acredita.
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No entanto - no entanto! - nem tudo são flores no caminho da avó. Há, acima de tudo, o entrave maior, a grande rival: a mãe. Não importa que ela, em si, seja sua filha. Não deixa por isso de ser a mãe do garoto. Não importa que ela, hipocritamente, ensine o menino a lhe dar beijos e a lhe chamar de "vovozinha", e lhe conte que de noite, às vezes, ele de repente acorda e pergunta por você. A mãe tem todas as vantagens da domesticidade e da presença constante. Dorme com ele, dá-lhe de comer, dá-lhe banho, veste-o. Embala-o de noite. Contra si tem a fadiga da rotina, a obrigação de educar e o ônus de castigar.
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Já a avó, não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto.
Mora em outra casa.
Traz presentes.
Faz coisas não programadas.
Leva a passear, "não ralha nunca".
Deixa lambuzar de pirulitos.
Não tem a menor pretensão pedagógica. É
a confidente das horas de ressentimento, o último recurso nos momentos de opressão, a secreta aliada nas crises de rebeldia.
Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina, tem todos os encantos de uma aventura.
Lá não há linha divisória entre o proibido e o permitido, antes uma maravilhosa subversão da disciplina.
Dormir sem lavar as mãos, recusar a sopa e comer roquetes, tomar café - café! -, mexer no armário da louça, fazer trem com as cadeiras da sala, destruir revistas, derramar a água do gato, acender e apagar a luz elétrica mil vezes se quiser - e até fingir que está discando o telefone. Riscar a parede com o lápis dizendo que foi sem querer - e ser acreditado! Fazer má-criação aos gritos e, em vez de apanhar, ir para os braços da avó, e de lá escutar os debates sobre os perigos e os erros da educação moderna...
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E quando você vai embalar o menino e ele, tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz: "Vó!", seu coração estala de felicidade, como pão ao forno.
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E o misterioso entendimento que há entre avó e neto, na hora em que a mãe o castiga, e ele olha para você, sabendo que se você não ousa intervir abertamente, pelo menos lhe dá sua incondicional cumplicidade...
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Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô de estimação que se quebrou porque o menininho - involuntariamente! - bateu com a bola nele. Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beiço pronto para o choro; e depois o sorriso malandro e aliviado porque "ninguém" se zangou, o culpado foi a bola mesma, não foi, Vó? Era um simples boneco que custou caro. Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague...

(by http://chrysanthos2005.blogspot.com/2009/07/feliz-dia-da-vovo.html#comment-form)
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Histórias para contar em sala...


VOVÔ NEM É TÃO VELHO...


Uma tarde, o neto conversava com seu avô sobre os acontecimentos e, de repente, perguntou:
- Quantos anos você tem, vovô?
E o avô respondeu:
- Bem, deixa-me pensar um pouco... Nasci antes da televisão, das vacinas contra a pólio, comidas congeladas, foto copiadora, lentes de contato e pílula anticoncepcional.
Não existiam radares, cartões de crédito, raio laser nem patins on line.
Não se havia inventado ar-condicionado, lavadora, secadora (as roupas simplesmente secavam ao vento).
O homem nem havia chegado à lua, "gay" era uma palavra inglesa que significava uma pessoa contente, alegre e divertida, não homossexual.
Das lésbicas, nunca havíamos ouvido falar e rapazes não usavam piercings.
Nasci antes do computador, duplas carreiras universitárias e terapias de grupo.
Até completar 25 anos, chamava cada homem de "senhor" e cada mulher de "senhora" ou "senhorita".
No meu tempo, virgindade não produzia câncer.
Ensinaram-nos a diferenciar o bem do mal, a sermos responsáveis pelos nossos atos.
Acreditávamos que "comida rápida" era o que a gente comia quando estava com pressa.
Ter um bom relacionamento, era dar-se bem com os primos e amigos.
Tempo compartilhado, significava que a família compartilhava férias juntas.
Não se conhecia telefone sem fio e muito menos celulares.
Nunca havíamos ouvido falar de música estereofônica, rádios FM, fitas cassetes, CDs, DVDs, máquinas de escrever elétricas, calculadoras (nem as mecânicas, quanto mais as portáteis).
"Notebook" era um livreto de anotações.
Aos relógios se dava corda a cada dia.
Não existia nada digital, nem relógios nem indicadores com números luminosos dos marcadores de jogos, nem as máquinas.
Falando em máquinas, não existiam cafeteiras automáticas, micro-ondas nem rádio-relógios-despertadores.
Para não falar dos videocassetes ou das filmadoras de vídeo.
As fotos não eram instantâneas e nem coloridas. Havia somente em branco e preto e a revelação demorava mais de três dias. As de cores não existiam e quando apareceram, sua revelação era muito cara e demorada.
Se em algo lêssemos "Made in Japan", não se considerava de má qualidade e não existia "Made in Korea", nem "Made in Taiwan", nem "Made in China". Não se havia ouvido falar de "Pizza Hut", "McDonald's", nem de café instantâneo.
Havia casas onde se compravam coisas por 5 e 10 centavos. Os sorvetes, as passagens de ônibus e os refrigerantes, tudo custava 10 centavos.
No meu tempo, "erva" era algo que se cortava e não se fumava.
"Hardware" era uma ferramenta e "software" não existia.
Fomos a última geração que acreditou que uma senhora precisava de um marido para ter um filho.
Agora me diga quantos anos acha que tenho?
- Hiii... vovô... mais de 200! Falou o neto.
- Não, querido, somente 58.
(by: Oscar Moreira- retirado de http://www.velhosamigos.com.br/DatasEspeciais/diaavo7.html)
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Dia dos Avós


Comemora-se o Dia dos Avós em 26 de julho, e esse dia foi escolhido para a comemoração porque é o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo.
Século I A.C. - Conta a história que Ana e seu marido, Joaquim, viviam em Nazaré e não tinham filhos, mas sempre rezavam pedindo que o Senhor lhes enviasse uma criança. Apesar da idade avançada do casal, um anjo do Senhor apareceu e comunicou que Ana estava grávida, e eles tiveram a graça de ter uma menina abençoada a quem batizaram de Maria. Santa Ana morreu quando a menina tinha apenas 3 anos. Devido a sua história, Santa Ana é considerada a padroeira das mulheres grávidas e dos que desejam ter filhos. Maria cresceu conhecendo e amando a Deus e foi por Ele a escolhida para ser Mãe de Seu Filho. São Joaquim e Santa Ana são os padroeiros dos avós.
O Dia dos Avós gera polêmica por conta das críticas dos que só vêem o lado comercial da comemoração.
Mas o papel dos avós na família vai muito além dos mimos dados aos netos, e muitas vezes eles são o suporte afetivo e financeiro de pais e filhos. Por isso, se diz que os avós são pais duas vezes.
As avós são também chamadas de "segunda mãe", e muitas vezes estão ao lado e mesmo à frente da educação de seus netos, com sua sabedoria, experiência e com certeza um sentimento maravilhoso de estar vivenciando os frutos de seu fruto, ou seja, a continuidade das gerações.
Celebrar o Dia dos Avós significa celebrar a experiência de vida, reconhecer o valor da sabedoria adquirida, não apenas nos livros, nem nas escolas, mas no convívio com as pessoas e com a própria natureza.
Aproveite esta data para mandar uma mensagem de carinho aos queridos vovô e vovó e dizer o quanto você lembra deles.
(retirado http://www.velhosamigos.com.br/DatasEspeciais/diaavo7.html)
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Dia dos Avós



VOVÓS MODERNAS


A figura da avó não é mais daquela mulher que descansa numa cadeira de balanço, faz crochê ou prepara bolinhos de chuva á tarde.

Elas são mamães duas vezes, são a voz da experiência, algumas cozinheiras de mão cheias.

Muitas ajudam na educação dos netos, cuidam deles na ausência dos pais e fazem de tudo para se aproximar e dar carinho.

Elas agora são modernas, mergulham nas ondas da internet, respondem e-mail, entram em redes sociais como o Orkut, se relacionam com outras avós no Site Velhosamigos.

Não há regras nem limites para cumprir a missão de ser avó, um universo cheio de histórias.

Por isso que as avós ganharam de presente um dia especial no calendário mundial, para serem sempre lembradas.

Parabéns a todas as avós do site dos Velhosamigos.

(Zeli de Poá)

24 de julho de 2009

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Selinho


Mais um selinho conquistado

esse ganhei da minha amiga Dora Lins do Blog Meus Dias



As regras são:


*Exibir a imagem do selo;

*Postar o nome do blog que te presenteou;

*Indicar 10 blogs de sua preferencia;

*Conferir se os blogs cumpriram as regras;

Minhas Indicadas são:
Deia e Belle Criações
A caixa de Pandora1
Arte na Creche
Oficina de Criatividade
Coisinhas by Drica
Paixão por Educação Infantil
Amiga da Educação
Minha Ternura
Professora Sim

Adorei!!!
Espero que minhas indicadas também gostem
.Beijocas By: Vivi

22 de julho de 2009

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DIA DOS PAIS








Referente: Dia dos Pais, Figuras para Colorir para o papai, Atividades soobre o dia dos Pais,
Cartões para o Dia dos Pais

21 de julho de 2009

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A ÁGUIA

A águia é a ave que possui maior longevidade da espécie, chega a viver 70 anos.
Mas, para chegar a esta idade, aos 40 anos ela tem de tomar uma série e difícil decisão…

Aos 40 anos a águia está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar as presas das quais se alimenta.
O bico alongado e pontiagudo se curva.
Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, e voar se torna difícil!


A águia então só tem duas alternativas: morrer… ou enfrentar um doloroso processo de renovação que dura, em média, 150 dias:

Consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão, onde ela não necessite voar.
Então, após, encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arranca-lo, com muita dor.
Após arrancar o seu próprio bico a águia espera que nasça um novo bico, com o qual irá arrancar suas velhas unhas, uma a uma, novamente com muita dor.
Quando as novas unhas começam a nascer, a águia então passa a arrancar as velhas penas.

E só após cinco meses ela vai para o famoso vôo da renovação e para viver plenamente mais 30 anos.

Em nossa vida, muitas vezes temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo novo de renovação.
Para que continuemos a voar um vôo de vitórias devemos nos desprender das lembranças, costumes e outras tradições que nos causam dor.
Somente livres do peso do passado poderemos aproveitas o resultado valioso que uma renovação sempre traz.

Pense nisso!

Até Breve

20 de julho de 2009

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MENSAGEM DIA DO AMIGO




Árvore de Amigos


Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho.


Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas outras apenas vemos entre um passo e outro.A todas elas chamamos de amigo.


Há muitos tipos de amigos.


Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles.


O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e o amigo mãe.


Mostram o que é ter vida.


Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós.


Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e desejamos o bem.


Mas o destino nos apresenta outros amigos, os quais não sabíamos que iam cruzar o nosso caminho.


Muitos desses denominados amigos do peito, do coração.


São sinceros, são verdadeiros.


Sabem quando não estamos bem, sabem o que nos faz feliz...


Às vezes, um desses amigos do peito estala o nosso coração e então é chamado de amigo namorado.


Esse dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos aos nossos pés.


Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora.


Esses costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos por perto.


Falando em perto, não podemos esquecer dos amigos distantes.


Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que, quando o vento sopra, sempre aparecem novamente entre uma folha e outra.


O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima, e perdemos algumas de nossas folhas.


Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações.


Mas o que nos deixa mais feliz é que as que caíram continuam por perto, continuam alimentando a nossa raiz com alegria.


Lembranças de momentos maravilhosos enquanto cruzavam com o nosso caminho.


Desejo a você, folha da minha árvore, Paz, Amor, Saúde, Sucesso, Prosperidade...


Hoje e Sempre... simplesmente porque: Cada pessoa que passa em nossa vida é única.


Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós.


Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada.


Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso.




Seja Sempre Feliz!

18 de julho de 2009


Selo MEME

Agradeço a Dora Lins do blog MEUS DIAS, pela indicação.




Regrinhas:
1- Dizer 10 coisas que te fazem sorrir;
2- Passar o meme a 10 pessoas que te façam sorrir.
10 coisas que me fazem sorrir:
Ver meus filhos felizes;
• Estar sozinha comigo, pelo menos 1 hora por dia;
• Ver minha filha caçula brincando,crescendo e vencendo os desafios da vida;
• Passear com minha filha mais velha no centro da cidade;
• Receber comentários das minha amigas nos meus blogs;
. Receber um abraço de urso do meu filhão Kleber;
• Dormir abraçada com minha mãe;
• Ler livro ou assistir filmes sem ninguem para atrapalhar;
• Estar com minhas amigas.
• Receber presentes;
Meus indicados são:Todos que possuem blog e ainda não receberam
indicação para este meme.
Beijocas para todos!

17 de julho de 2009

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EU PARTICIPO DESSA CAMPANHA!


E VOCÊ?????
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PARA TODAS AS MINHAS AMIGAS BLOGUEIRAS....

QUERIDAS AMIGAS BLOGUEIRAS !!!!

NOS CONHECEMOS DO MODO MAIS ATUAL E SINCERO QUE EXISTE HOJE EM DIA!
MAS NEM POR ISSO A NOSSA AMIZADE DEIXA DE SER UMA MARAVILHA! CONFESSO QUE SINTO FALTA DAS MENSAGENS E RECADINHOS QUANDO VCS DEMORAM PARA APARECER NO MEU BLOG!
JÁ GOSTO DE VOCES DO JEITO QUE SÃO E DO JEITO QUE SE RETRATAM NO BLOG DE CADA UMA!
SAIBAM QUE O MEU CARINHO POR VOCÊS É SINCERO E EU NÃO PODERIA DEIXAR ESSE DIA PASSAR EM BRANCO!



Sou feliz por ter amigas BLOGUEIRAS!!!!!!

16 de julho de 2009

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DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

É muito comum confundir Deficiência Intelectual com Doença Mental.

Segundo a Associação Americana de Deficiência Mental,o deficiente intelectual (D.I.) apresenta niveis de desenvolvimento intelectual (QI) abaixo da média da população. Tais funcionamentos devem estar associados a limitações adaptativas em pelo menos duas áreas de habilidades (comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho), com início antes dos 18 anos.

Em 1995 o simpósio INTELLECTUAL DISABILITY: PROGRAMS, POLICIES, AND PLANNING FOR THE FUTURE da Organização das Nações Unidas – ONU, altera o termo deficiência mental por deficiência intelectual, no sentido de diferenciar mais claramente a deficiência mental da doença mental (quadros psiquiátricos não necessariamente associados a déficit intelectual). Em 2004, em evento realizado pela Organização Mundial de Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde o termo deficiência é consagrado com o documento "DECLARAÇÃO DE MONTREAL SOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL”.




A WiKIDUCAÇÃO traz em sua página eletrônica ( http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Defici%C3%AAncia_intelectual) a seguinte matéria sobre Deficiência Intelectual:


O conceito de Deficiência intelectual, passou no decorrer dos anos por diversas definições e terminologias para caracterizá-la, tais como: Oligofrenia, Retardo mental, Atraso mental, Deficiência mental, etc. De acordo com Krynski et al. (1983), esse tipo de deficiência é um vasto complexo de quadros clínicos, produzidos por várias etiologias e que se caracteriza pelo desenvolvimento intelectual insuficiente, em termos globais ou específicos.
Segundo a Associação Americana de Deficiência Mental (AAMR) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), Deficiência Intelectual ou Deficiência Mental (DM - como não é mais chamada) é o estado de redução notável do funcionamento intelectual, significativamente abaixo da média, oriundo no período de desenvolvimento, e associado à limitações de pelo menos dois aspectos do funcionamento adaptativo ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade em comunicação, cuidados pessoais, competências domésticas, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e trabalho.
A deficiência intelectual se caracteriza também por um quociente de inteligência (QI) inferior a 70, média apresentada pela população. Esta é uma nova classificação e tem importantes implicações para o sistema de prestação de serviços para pessoas com esse tipo de deficiência. A maneira anterior de classificação fazia referência aos elementos diagnósticos da deficiência mental. Assim, a utilização de um único código de diagnóstico de deficiência mental se afasta da conceituação prévia amplamente baseada no QI, que estabelecia as categorias de leve, médio, severo e profundo. Deste modo a pessoa era diagnosticada como deficiente mental ou não, com base no comprometimento dos três critérios de: idade de instalação, habilidades intelectuais significativamente inferiores à média, limitações em duas ou mais das dez áreas de habilidades adaptativas estabelecidas.


Quais são as causas?

Podemos dizer que as causas podem ser provenientes de:

* fatores biológicos (genético, infecções gestacionais, doenças durante a gravidez - meningites, rubéola e outras):

*fatores físicos ( traumas cranianos, dificuldades no parto);

*fatores químicos (drogas em geral utilizadas durante a gestação - álcool, tabagismo, tóxicos, remédios inadequados à gestantes).



Quando podem ocorrer?

Podem se instalar no indivíduo em três fases da vida:

Pré-Natal: da concepção até o momento do parto;

Perinatal– início na concepção e término na lactação;
Pós-natal – a partir do parto.



Prevenção da deficiência intelectual
Aconselhamento genético para famílias com casos de deficiência existentes, casamentos entre parentes, idade materna avançada (nestes casos temos uma maior chance de ocorrência ou recorrência de Síndrome de Down).
Acompanhamento pré-natal adequado diagnostica infecções ou problemas maternos que podem ser tratados antes que ocorram danos ao feto. Além disso, uma gestação com alimentação e práticas de vida saudáveis também favorecem o desenvolvimento adequado do feto. O Teste do Pezinho, obrigatório em território nacional, é a maneira mais efetiva de prevenção da deficiência intelectual em casos de fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito. O Teste do Pezinho não faz diagnóstico de Síndrome de Down.
Do ponto de vista pós-natal, a aplicação de vacinas, alimentação adequada, ambiente familiar saudável e estimulador, cuidados relacionados aos acidentes na infância também são poderosos aliados.


A pessoa com deficiência intelectual tem, como qualquer outra, dificuldades e potencialidades. Seu tratamento consiste em reforçar e favorecer o desenvolvimento destas potencialidades e proporcionar o apoio necessário às suas dificuldades.

A inclusão social é um instrumento extremamente importante na determinação da qualidade de vida desta pessoa, pois lhe permite o acesso a todos os recursos da comunidade, que favorecerão o seu desenvolvimento global.



Importância do Teste do Pezinho:


Teste simples que salva crianças

O Teste do Pezinho identifica doenças que, se não tratadas precocemente, podem levar à deficiência mental e causar outros prejuízos à qualidade de vida. O exame deve ser realizado na primeira semana de vida da criança. A coleta deve ser feita depois de 48 horas do nascimento. Um resultado positivo no Teste do Pezinho significa que deverão ser iniciados os procedimentos de orientação e tratamento para impedir que a doença se manifeste.



O Teste do Pezinho é um exame rápido de prevenção que coleta gotinhas de sangue do calcanhar do bebê com a finalidade de impedir o desenvolvimento de doenças que, se não tratadas, podem levar à deficiência intelectual e causar outros prejuízos à qualidade de vida das pessoas. Através do Teste do Pezinho básico efetuado no estado de São Paulo podem ser diagnosticadas a Fenilcetonúria, o Hipotireoidismo Congênito, a Anemia Falciforme e demais Hemoglobinopatias. Para que a prevenção seja possível, a coleta deve ser efetuada na primeira semana de vida da criança e as amostras devem ser enviadas o quanto antes para o laboratório.



A Fundação Ecumência de Proteção ao Excepcional (FEPE) é responsável pelo serviço de Triagem Neonatal do Paraná (Teste do Pézinho), maiores detalhes sobre a entidade e os serviços prestados pela mesma, podem ser obtidos pelo http://www.fepe.org.br/


( parte da matéria retirada da http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Defici%C3%AAncia_intelectual, e da APAE São Paulo - restante escrita por Viviane Patrice)

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AUTISMO

O que é Autismo?

O autismo é um transtorno do desenvolvimento, que manifesta-se tipicamente antes dos 3 anos de idade. Este transtorno compromete todo o desenvolvimento psiconeurológico, afetando a comunicação, (fala e entendimento) e o convívio social, apresentando em muitos casos um retardo mental.

Segundo pesquisas, cerca de 60% dos indivíduos autistas apresentam epilepsias.Por ainda não ter uma causa específica definida, é chamado de Síndrome (=conjunto de sintomas) e foi primeiro classificado em 1943 por Leo Karner. Hans Asperger pesquisou e em 1944 classificou a Síndrome de Asperger, um dos espectros mais conhecidos do Autismo, a grosso modo, um autismo brando.

Ao conjunto de determinadas variações, chamamos de Espectro do Autismo, pois somam-se as características autísticas, outras específicas de cada grupo de outros sintomas.
Em recente estatística publicada pela revista americana Time Magazine (Maio/2002), a incidência de autismo atualmente é 1 em cada 175 nascimentos sendo 4 meninos para 1 menina. Como em qualquer síndrome o grau de comprometimento pode variar do mais severo ao mais brando e atinge todas as classe sociais, em todo o mundo. Já em 2003 as estatísticas apontam 1 caso de autismo para cada 150 nascimentos.
O autismo é geralmente diagnosticado por um médico neuropediatra ou por um psiquiatra especializado em autismo.
Ainda não se tem uma causa específica, mas há várias suspeitas de possíveis causas e as pesquisas não param.
Recentes estudos apontam a contaminação por mercúrio (Thimerosal) e outros metais pesados como possíveis causas. Em alguns países já é proibido o uso de vacinas com Thimerosal e outros agentes portadores de mercúrio na fabricação de vacinas.
Os critérios de diagnósticos mais aceitos são avaliações completas com base na DSM IV (da Associação Americana de Psiquiatria) ou CID-10 (publicado pela Organização Mundial de Saúde), disponíveis na área de download do site http://www.autismo.com.br/. Lembre-se o diagnóstico deve ser feito por profissional especializado.


Alguns espectros mais conhecidos de autismo são:
Síndrome de Angelman

Síndrome de Asperger Síndrome do X Frágil

Hiperlexia

Síndrome de Landau Kleffner

Distúrbio Obsessivo-Compulsivo

Distúrbio Abrangente do Desenvolvimento

Síndrome de Rett

Síndrome de Prader-Willi

TDA Transtorno do Déficit de Atenção/hiperatividade

(material retirado do http://www.autismo.com.br/)


Referências Bibliograficas - Autismo

Autismo- Ed. Atheneu

Autismo- Ed. Casa do Psicólogo

Autismo- Ed.Pulso

Autismo: Abordagem Neurobiológica- Ed. Artmed

Autismo: Deslizando nas Ondas - Ed. Age

Autismo e Educação: Reflexões e Prospostas de Intervenção - Ed. Artemd

Autismo e Outros Atrasos do Desenvolvimento: Guia Prático Para Pais e Profissionais - Ed. Revinter
Autismo Infantil: Novas Tendências e Perspectivas - Ed. Atheneu

Convivendo com Autismo e Síndrome de Asperger - Ed. m. Books

Dificuldades de Comunicacao e Autismo -Ed. Artmed
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DISLEXIA - COMO DETECTAR A CRIANÇA DISLEXA?

Na Primeira Infância:

1 - atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar;

2 - atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de palavras;

3 - parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo;

4 - distúrbios do sono;

5 - enurese noturna;

6 - suscetibilidade à alergias e à infecções;

7 - tendência à hiper ou a hipo-atividade motora;

8 - chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência;

9 - dificuldades para aprender a andar de triciclo;

10 - dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares.


A Partir dos Sete Anos de Idade:

1 - pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres:

2 - ao contrário, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos erros;

3 - copia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que escreve;

4 - a fluência em leitura é inadequada para a idade;

5 - inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever;

6 - só faz leitura silenciosa;

7 - ao contrário, só entende o que lê, quando lê em voz alta para poder ouvir o som da palavra;

8 - sua letra pode ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as palavras entre si;

9 - pode omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas;

10 - esquece aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou semanas;

11 - é mais fácil, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe através de exames orais;

12 - ao contrário, pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que sabe;

13 - tem grande imaginação e criatividade;

14 - desliga-se facilmente, entrando "no mundo da lua";

15 - tem dor de barriga na hora de ir para a escola e pode ter febre alta em dias de prova;

16 - porque se liga em tudo, não consegue concentrar a atenção em um só estímulo;

17 - baixa auto-imagem e auto-estima; não gosta de ir para a escola;

18 - esquiva-se de ler, especialmente em voz alta;

19 - perde-se facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus pertences;

20 - tem mudanças bruscas de humor;

21 - é impulsivo e interrompe os demais para falar;

22 - não consegue falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo em que ele fala;

23 - é muito tímido e desligado; sob pressão, pode falar o oposto do que desejaria;

24 - tem dificuldades visuais, embora um exame não revele problemas com seus olhos;

25 - embora alguns sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar ou apanhar uma bola;

26 - confunde direita-esquerda, em cima-em baixo; na frente-atrás;

27 - é comum apresentar lateralidade cruzada; muitos são canhestros e outros ambidestros;

28 - dificuldade para ler as horas, para seqüências como dia, mês e estação do ano;

29 - dificuldade em aritmética básica e/ou em matemática mais avançada;

30 - depende do uso dos dedos para contar, de truques e objetos para calcular;

31 - sabe contar, mas tem dificuldades em contar objetos e lidar com dinheiro;

32 - é capaz de cálculos aritméticos, mas não resolve problemas matemáticos ou algébricos;

33 - embora resolva cálculo algébrico mentalmente, não elabora cálculo aritmético;

34 - tem excelente memória de longo prazo, lembrando experiências, filmes, lugares e faces;

35 - boa memória longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo;

36 - pode ter pobre memória visual, mas excelente memória e acuidade auditivas;

37 - pensa através de imagem e sentimento, não com o som de palavras;

38 - é extremamente desordenado, seus cadernos e livros são borrados e amassados;

39 - não tem atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado na escola;

40 - pode estar sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja como "palhaço" ;

41 - frustra-se facilmente com a escola, com a leitura, com a matemática, com a escrita;

42 - tem pré-disposição à alergias e à doenças infecciosas;

43 - tolerância muito alta ou muito baixa à dor;

44 - forte senso de justiça;

45 - muito sensível e emocional, busca sempre a perfeição que lhe é difícil atingir;

46 - dificuldades para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão dos sapatos;

47 - manter o equilíbrio e exercícios físicos são extremamente difíceis para muitos disléxicos;

48 - com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se estivesse distraído;

49 - sua escrita pode ser extremamente lenta, laboriosa, ilegível, sem domínio do espaço na página;

50 - cerca de 80% dos disléxicos têm dificuldades em soletração e em leitura.


Matéria retirada do www.dislexia.com.br. lá você encontrará muitas outras explicações e orientações, vem como referências sobre o assunto.
 
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